Da Folha.com, em reportagem de Katna Baram
Filha de pivô do petrolão reclama que aliados do pai a abandonaram
Danielle Janene diz que foi criada num conto de fadas. Filha do ex-deputado José Janene (PP-PR), um dos mentores do esquema revelado pela Lava Jato, ela lembra que nunca pagou uma conta, pois o pai não deixava. “Nem no verdureiro.”
Mas a história mudou em 2010. Com a morte do político naquele ano, após problemas cardíacos, “faltou tudo”, lamenta-se.
“As pessoas entraram em contato para falar de problemas. Nunca ninguém bateu na porta para falar: ‘Olha, tem dinheiro esperando vocês ou alguma coisa boa'”, afirma.
Hoje, Danielle alega falta de recursos e tenta fazer com que a Defensoria Pública cuide do inventário do pai, abandonado desde 2014.
Ex-presidente do PP, Janene é peça central na Lava Jato. O nome dele está presente em quase todos os relatos do Ministério Público Federal e em sentenças do juiz Sergio Moro.
Réu do mensalão, o político ajudou a montar o esquema com o doleiro Alberto Youssef na diretoria de Abastecimento da Petrobras, então comandada por Paulo Roberto Costa.
Danielle também é ré, acusada de ajudar a lavar cerca de R$ 1 milhão —com estimativa de danos de R$ 10 milhões— e de apropriação indébita da Dunel Indústria, que recebeu aporte do pai.
“Fui contratada [da empresa], mas nunca mexi com dinheiro, nunca participei do quadro social”, diz Danielle.
No processo, parado desde março, ela é defendida pelo mesmo advogado de Youssef. A filha diz não saber onde foi parar a fortuna da Petrobras que teria ficado com o pai, mas afirma que será a primeira a denunciar caso descubra.
“Dinheiro não some, muda de mão. Só fiquei com o ônus, não tive o bônus”, diz ela, afirmando que na Lava Jato “não há vítimas”.
Ela se diz grata a quem “puxou seu tapete”, o que “a fez abrir os olhos”. Nunca estranhou ou questionou o pai sobre seus investimentos ou fontes de renda. “Não acredito que tenha um filho que questione o pai [sobre isso].”‘MORTO NÃO FALA’
Hoje, Danielle se diz convencida de que José Janene fazia parte do esquema na Petrobras. “Está difícil dizer o contrário. Mas ele não foi o mentor exclusivo e único beneficiado. Claro que há uma estratégia. Morto não fala.”
Como filha, o sentimento é outro. “Bom ou mau, herói ou bandido, ele era meu pai. Não sou ingrata”, diz, citando a indignação com a CPI da Petrobras ter cogitado exumar o corpo do político para confirmar a morte.
Mesmo admitindo a contradição, Danielle defende a Operação Lava Jato, que classifica como um “belo trabalho”.
Diz guardar mágoas de Youssef, a quem se dirigia como “tio Beto”. Segundo ela, quando o doleiro foi preso no escândalo do Banestado, em 2004, Janene ajudou os parentes dele.
“Acho que ele não teve essa consideração com a gente”, diz, citando problemas financeiros e emocionais.
Dedicada à criação dos três filhos, Danielle diz que vive da renda de aluguéis de imóveis de Janene, em Londrina, no interior do Paraná.
Ela conta que faz terapia e que o processo desestruturou sua família.
“Não sei o que aconteceria se ele [Janene] estivesse vivo. Se estivesse preso, a situação estaria complicada, poderia até ser assassinado”, diz ela.
Aí que dó… para os afortunados, dinheiro dá em árvore, né?
Stael Fernanda Janene – segunda mulher.
E agora aparece a filha do primeiro casamento falando que está faltando algum.
E quando sua irmã foi estagiária na corretora Bonus Banval, ninguém desconfiava de onde vinha a grana e para onde ia a lavagem?
E a irmã – Michele –
Pouco se sabe ainda sobre as atividades da corretora paulista, exceto que ela empregou até o fim do ano passado como estagiária Michele Janene, filha do deputado José Janene, suspeito de ser um dos chefes do mensalão. Talvez um bônus do tipo banval.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/uma-contribuicao-a-memoria-na-semana-em-que-dirceu-comeca-a-ser-julgado-assessor-e-carregador-de-malas-do-reu-do-mensalao-tinha-autorizacao-para-sacar-dinheiro-da-conta-de-valerio-no-banco-rural/
E aqui – http://mpf.jusbrasil.com.br/noticias/100045104/mpf-pr-denuncia-11-pessoas-ligadas-a-jose-janene-por-lavagem-de-dinheiro
Processo:
0046011-35.2010.8.26.0100 Suspenso
(Tramitação prioritária)
Inventário
Área: Cível
Assunto: Inventário e Partilha
Local Físico: 26/08/2016
Distribuição: 19/11/2010 às 10:34
11ª Vara da Família e Sucessões – Foro Central Cível
Controle: 2010/001340
Juiz: Claudia Caputo Bevilacqua Vieira
Valor da ação: R$ 1.000,00
Invtante: Danielle Kemmer Janene Assumpção
Advogado: IDEVAR CAMPANERUTI
Advogado: EDSON ALVES DA CRUZ
Invtardo: José Mohamed Janene
Interesdo.: ‘Fazenda do Estado de São Paulo
http://esaj.tjsp.jus.br/cpopg/show.do?processo.codigo=2S0003WK60000&processo.foro=100&paginaConsulta=2&conversationId=&dadosConsulta.localPesquisa.cdLocal=-1&cbPesquisa=NMPARTE&dadosConsulta.tipoNuProcesso=UNIFICADO&dadosConsulta.valorConsulta=jose+janene&uuidCaptcha=