… Toda a sua prosa é feita de sensualidade retórica – espoja-se no verbo com volúpia, dá a cada vocábulo um conteúdo específico e novo mas que se comunica por um efeito de revelação ao leitor. Nunca porém o conto se clareia por inteiro. É como um quarto misterioso e sombrio pelo qual a gente andasse de lanterna na mão: de repente um canto fica nítido, violentamente iluminado, logo em seguida outro pormenor se destaca da escuridão. O conjunto nos foge sempre. Pode-se apenas imaginá-lo.
De Sergio Milliet comentando o livro “Sete anos de pastor“, de Dalton Trevisan, em 1948