16:18Para imaginar

… Toda a sua prosa é feita de sensualidade retórica – espoja-se no verbo com volúpia, dá a cada vocábulo um conteúdo específico e novo mas que se comunica por um efeito de revelação ao leitor. Nunca porém o conto se clareia por inteiro. É como um quarto misterioso e sombrio pelo qual a gente andasse de lanterna na mão: de repente um canto fica nítido, violentamente iluminado, logo em seguida outro pormenor se destaca da escuridão. O conjunto nos foge sempre. Pode-se apenas imaginá-lo.

De Sergio Milliet comentando o livro “Sete anos de pastor“, de Dalton Trevisan, em 1948

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