José Linhares, presidente da República, 29 out 45 – 31 jan 46
Rogério Distéfano
Amor com amor se paga
A TRINCA Lula, Renan, Lewandowski desagradou gregos e baianos. Dilma vai ao Supremo para anular o julgamento do impeachment; PSDB, PSD, PV e até o PMDB (este, como sempre, para ter um pé na outra canoa, enquanto mantém uma na de Renan Calheiros). Tem mais é que anular. Assim a ministra Carmen Lúcia, nova presidente, conserta a patuscada de seu colega Ricardo Lewandowski.
O cheiro da artimanha é tão fétido que Dilma, salva da inelegibilidade, fará carreira política no Rio de Janeiro. De coveira virou salvadora do PT num dos maiores colégios eleitorais. Não é de duvidar que volte ao PDT. Se antes o impeachment era taxado de golpe, agora encontrou o nome correto: farsa. Obra e graça do trio parada dura.
Fatalmente o furdúncio de Lewandowski chega no Supremo e ele, formulador técnico da jogada, continua com cara de paisagem, belo e altaneiro, protegido pela vitaliciedade. A ele não interessa preservar seu papel histórico de guarda da Constituição. A ele interessa ficar bem com Lula, seu demiurgo na magistratura.
Lewandowski lembra José Linhares, também presidente do Supremo. Ele exerceu a presidência da República por 90 e poucos dias após o suicídio de Getúlio Vargas e aboletou toda a parentela em cargos públicos. Quando cobrado pelo escancarado e acintoso nepotismo, explicou-se: “Entre aguentar milhões de brasileiros me xingando por três meses e a família me xingando pelo resto da vida, fico com a família”. Lewandowski ficou com Lula.
Ká ká ká tem gente que se mata e entra na História, e tem gente que se mata e entra na História da Mediocridade, caso do Leviandoski. O cara fez tudo o que podia para salvar a protegé do seu demiurgo, aí ó podia dar no que deu. Menos mal, agora com uma nova presidente na Suprema Corte teremos a Constituição respeitada e a verdade dos fatos restabelecida.