Rogério Distéfano
Excelências & imorais
A senadora Glesi Hoffmann (PT/PR), a finesse que conhecemos, reinou ontem no Senado: disse que seus colegas não têm moral para julgar a presidente Dilma. Concordo em gênero, incluso o feminino, e nos graus de imoralidade. Político acha feio o que é seu espelho.
Quem diz o que quer, ouve o que não quer. O senador Ronaldo Caiado jogou-lhe a carapuça do marido, Paulo Bernardo: “Não sou coveiro de aposentado”. As notas taquigráficas não registram se o rubor assomou as faces da senadora ou espevitou-se-lhe o atrevido narizinho.
Chiqueirinho
As testemunhas do julgamento de Dilma ficarão confinadas, incomunicáveis, em hotel de Brasília. Os jurados, senadores, não podem ser confinados. Cairiam em surto, imaginando-se na “masmorra do Brasil” – como Rafael Greca define a Curitiba que pretende prefeiturar.
Precedente
O juiz Sérgio Moro liberou o passaporte de Cláudia Cruz, apreendido pelo receio de que a mulher de Eduardo Cunha fugisse do Brasil. Que ela não se mande para a Itália, como o banqueiro Salvatore Cacciola depois que o ministro Marco Aurélio, do STF, concedeu-lhe habeas corpus.
O que interessa
Essa coisa de campanha eleitoral nos tira tempo precioso. Como decidir se Neymar deve reatar com Bruna Marquesine. Voto contra. A bela é muito campo para a chuteirinha dele.
O rosto sobre a máscara
Patrick Hardison, bombeiro nos EUA, perdeu o rosto em incêndio. Nesta semana comemora um ano do bem sucedido transplante de face. Temos no Paraná o político que não perdeu a face nem implantou rosto. Único, só ele, tem a máscara por baixo do rosto. Quando ele tira o rosto a gente enxerga a máscara.
Me dá um dinheiro aí
Tadeu Veneri, do PT, adota o financiamento coletivo na campanha a prefeito. Interessante. Fez isso nas campanhas de deputado? Claro que não, o pecado do dinheiro empreiteiro foi decretado depois do Petrolão.
Funcione ou não, tarde ou não, importa que iniciou o processo. Devia jogar na cara dos demais candidatos. Já cansou aquela ladainha do “tudo está declarado na contabilidade da campanha”. “Tudo” significa “menos o caixa dois”.
O pai da vergonha
Lula, o pinóquio do ABC, chama de “semana da vergonha nacional” esta em que “se começa a rasgar a Constituição”. A causa, o julgamento de Dilma. O macaco não enxerga o rabo. Digamos que seja verdade, se é que Lula já teve intimidade com ela. Quem começou a estraçalhar a Constituição?
Se alguém não sabe, respondo: ele e Dilma, com a sucessão de peculatos – no Banco do Brasil para o mensalão, na Petrobras para os acordos e propinas, na Caixa Econômica e nos fundos de pensão para os companheiros de menor extração. Quanto à vergonha nacional, isso na boca de Lula é elogio.
Só uma pequena observação: o passaporte da citada senhora não foi apreendido mas entregue espontaneamente pela própria. De resto, muito boas as notícias da forma como vêm sendo apresentadas.