por Jamur Jr
Mauricio Fruet foi meu colega no rádio e na televisão. Nos primeiros tempos da TV Paranaense, Canal 12, que funcionou no último andar do Edifício Tijucas (Boca Maldita). Ele apresentava o programa “12 no Esporte”, um noticiário com cerca de 15 minutos. Chegava sempre correndo, com a camisa fora da calça (naquele tempo não era moda – era feio) e falava tudo o que sabia sobre o campeonato da primeira divisão em Curitiba e, se sobrava tempo, para segunda divisão. Tudo de improviso e com uma velocidade espantosa. Alegre e sempre bem humorado, não perdia uma boa oportunidade de provocar risos. O programa era patrocinado pela Recauchutagem Rex e o “garoto propaganda” era eu. Mauricio ficava em frente a um painel e eu em outro, com uma pilha de pneus. Sempre que aparecia a escalação de um time muito ruim (lanterna do campeonato), Mauricio me escalava em alguma posição. Resolvi entrar na brincadeira, rolando pneus na direção dele enquanto falava. Mauricio se defendia com o pé e nada aparecia no ar, uma vez que a câmera só enquadrava o apresentador em meio corpo ou plano americano, como diziam. Suava de tanto esticar as pernas e se defender dos pneus. Um grande brincalhão e um extraordinário amigo. Quando se candidatou a prefeito estive ao seu lado, nos programas eleitorais comandados pelo saudoso Helio Teixeira. Mauricio não ganhou a eleição. Faltou maior apoio de lideranças de seu partido, especialmente do poderoso da época que não gostava de “sombra”. Mauricio perdeu a eleição para o candidato do Jaime Lerner, na época o “queridinho de Curitiba”, com justa razão. Mauricio perdeu e eleição mas nunca perdeu o bom humor e a admiração dos amigos. O bom humor e incrível capacidade de criar situações engraçadas foram registrados num livro escrito por Hugo Santana e Sandra Pacheco. Consta que certa ocasião, Mauricio era deputado estadual e, numa sessão, um colega (de outro partido) tinha marcado pronunciamento sobre tema meio estranho. O discurso do dito cujo, escrito por um jornalista, foi distribuído antes da sessão para a imprensa. Mauricio pegou um e ficou esperando o inicio da sessão. Quando o deputado inscrito começou a falar, Mauricio pediu um aparte. Foi atendido. Dai em diante começou o desastre para o parlamentar na tribuna. Mauricio no seu “aparte” leu o discurso do colega que ficou sem saber o que fazer na tribuna. Deixou muita saudade entre seus amigos e pessoas que tiveram a ventura de conhecer esse paranaense ilustre, amigo e divertido.
Tive o imenso prazer de conviver e trabalhar com os dois grandes nomes aqui citados: Jamur Júnior, com quem compartilhei momentos profissionais fantásticos ainda no fim dos anos 1960, quando, ainda estudante de Jornalismo na Católica, mas já profissional, fui um dos redatores do Show de Jornal, na saudosa Rádio Guairacá, tendo como colegas de redação Ary Laurindo, o falecido e também colega de curso Manoel Carlos Karam, bem como o hoje “desaparecido” (depois de se aposentar na Sanepar) Zair Schuster. Jamur e Jota Jota, mais Haroldo Lopes, eram também as estrelas do Show de Jornal então levado ao ar na TV Iguaçu – onde, igualmente, vez ou outra “cometi” alguns textos após a mudança do Grupo Paulo Pimentel da Rua Barão do Rio Branco para a Rua João Tschannerl, nas Mercês.
Essas memórias do tempo de rádio dão certamente alento para, belo dia, produzirmos um livro que memoriza os áureos tempos radiofônicos de uma também então lúdica Curitiba.
Mais tarde, já no correr dos 1980, quando assessor de imprensa do Ippuc (onde permaneci de 1976 a 1986), igualmente tive o imenso prazer de trabalhar com o corretíssimo Maurício Fruet, que já conhecia do período radiofônico anterior ao ingresso (dele) no cenário político. Enquanto prefeito, de 1984 a 1986, pude ter a honra de acompanhar o então brilhante grupo de planejamento urbano ao evento nacional de Transporte Público então realizado na cidade mineira de Uberlândia, quando Fruet apresentou ao país o projeto (jamais implementado) do ônibus elétrico em Curitiba.
Maurício era, enquanto personagem do mundo político, uma liderança; em paralelo, brincalhão respeitoso, soube cativar toda uma geração que hoje sente saudades daquele tempo. Hélio Teixeira, com quem també mconvivi, já é lembrança, mas Hugo Santana foi colega de “O Estado do Paraná”. As “pegadinhas” de um Maurício sempre alegre fazem parte das boas e grandes lembrnças de uam geração que traz na bagagem experiências únicas.
PS: Jamur, obrigado pelo “puxar” a saudade de um tempo que remete ao Edifício Tijucs, onde o Canal 12 brotou pelas mãos de Nagib Chede, que, por sua vez, soube “escalar” nomes que hoje são presenças cotidianas e importantes no cenário da informação. Lastimo, apens, que parte desses nomes já está no andar de cima.
Grande Mauricio Fruet….essa foi contada pelo Mário Celso Cunha…
Estavam indo ao interior o motorista, Mauricio e Mario Celso…o automóvel Opala “cansado”já pedindo aposentadoria…lá pelas tantas…um agricultor muito simplório fez sinal ,pedindo carona…eles pararam…
O saco de milho foi colocado no porta-malas…o “caboclo”todo feliz sentou-se ao lado de Mario Celso Cunha no banco traseiro…imediatamente Mauricio olhou para trás e disse …agora o sr. faz parte da nossa quadrilha…somos assaltantes de Postos de Gasolina…!!!!!?????…..andaram por uns 30 minutos…
O sujeito branqueou…gaguejou..murmurou.. por fim chorou muito pedindo pela familia….tremia feito vara verde…pobre homem…!!!! que sufoco…!!!!
Mauricio começou organizar o assalto… eu entro e dou voz de assalto…e o sr. disse ao carona …fique nas minhas costas…IMAGINEM A CENA…!!!!!..quando o carro parou o “carona” saiu correndo para os fundos do Posto cruzou uma plantação e jamais foi visto…pobre homem…deixaram o saco de milho
no Posto …e seguiram viagem….
rf. –
Infelizmente para a família do Maurício o ditado não funcionou, fruto bom bom não cai longe do pé. Não que o filho que se finge de prefeito seja má pessoa, alguns dizem que é até boa pessoa. Só falei com ele uma vez, então dele só sei o que li e ouvi dizer, mas uma coisa eu digo, como prefeito é um horror. Seria melhor dizer, foi um horror, porque o cara já era. Espero que o pai perdoe a ruindade do filho como prefeito porque, ao contrário do pai, não vai deixar nenhuma saudade.