Rogério Distéfano
Samba do Moro Macho
Em contraponto ao Circo da Dilma, artistas globais vieram a Curitiba, dia 8, dar apoio ao juiz Sérgio Moro, da Lava Jato. Fagner, Suzana Vieira, Luana Piovani, entre outros. Gente de menor audiência que os chorosos por Dilma. Pouco importa, são todos globais. Como os brancos, os globais que se desentendam.
Não tem erro: o juiz Moro ainda será tema de escola de samba. Luana Piovani, destaque, encarna a deusa da Justiça, o tapa-sexo deslocado da fenda para a venda de Têmis. Para vendar bocas malsãs e bafos de mortadela, um carro alegórico evocará o “Eu Moro com Ele”, Face da senhora Moro.
Do jeito como somos os brasileiros, não me tomem por desrespeitoso aos personagens aqui referidos se especulo que a escola terá como enredo o ‘Samba do Moro Macho’ – título sério; se trocadilho, mero e acidental, nenhuma alusão disfarçada a Stanislaw Ponte Preta e ao ‘Samba do Crioulo Doido’.
Nepo, nepotes
A empresa fornecedora da comida aos funcionários da Olimpíada é de Emílio Odebrecht Peltier de Queiroz, sobrinho de Marcelo Odebrecht, o fantasma que povoa os pesadelos de Lula, presidente da empreiteira presente na Lava Jato e nas andanças de Lula pelo mundo. A empresa das quentinhas tem dado o cano nos trabalhadores dos Jogos.
Aqui acabam parentesco e parecença. O tio vence a licitação, recebe a grana e entrega – para quem, vocês sabem. O sobrinho vence a licitação, recebe a grana, mas não entrega o rango. A propósito, Peltier de Queiroz tem parentesco com Márcia Peltier, mulher de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro?
O senhor sem razão
“Quando forças se removem, esperanças se concretizam” – do discurso do senador Fernando Collor, de Alagoas, na sessão do Senado que decidia ontem sobre a continuidade do impeachment da presidente Dilma.
O discurso foi lido, portanto o senador nos deve o nome do autor. O universo precisa saber quem perpetrou a frase de nenhum efeito. É um mestre, pois colocou-a justo na boca de Fernando Collor.
Ó indecisão
Michel Temer recebe em audiência senadores ‘indecisos’ no julgamento de Dilma. No país do eufemismo e da negociata, ‘indeciso’ significa ‘quanto custa’.