MILENA FORÉVIS
Haraquiri de Álvaro
O senador Álvaro Dias (atualmente PV/PR) faz proposta para o momento político brasileiro: presidente, vice, deputados e senadores renunciam. Tipo a de Dilma, só que ampliada num haraquiri político, o suicídio geral em Brasília. Pena que Álvaro deixou de fora o TCU, o paraíso dos políticos que deixam o Congresso. Álvaro sabe que não cola, é como proibir a passada de mão no namoro. Mas rende notícia. Isso basta. Álvaro só quer seu momento na TV, nos jornais. Pudesse, viveria num reality show. Meio que lembra Roberto Justus sem a coleção de loiras.
Mil e três gols
Pelé casa novamente, agora com a linda nissei que namora há cinco anos. Como consegue? Simples: ele bate um bolão.
Safo um, safa dois
Que acordo espúrio está por trás da renúncia de Eduardo Cunha à presidência da câmara? Se o preço for o de manter o mandato para garantir foro privilegiado, o impeachment de Dilma será realmente o golpe cantado por ela. A nódoa moral de Cunha é mais forte que a que pesa sobre Dilma, ainda que tenham a mesma origem, o Petrolão. Safa o safado, safa Dilma.
In Moro we trust
O juiz Sérgio Moro intimou Cláudia Cunha, mulher de Eduardo, do processo contra ela relacionado à Operação Lava Jato. O trust andou.
Ué!
O INSS pagará bônus para que seus peritos médicos descubram fraudes no auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Mas eles não têm exatamente tal função? Isso mais parece taxa de proteção: pague mais que eu prendo.
Sabem no que isso vai dar? No de sempre, o desvio de finalidade: para garantir o bônus – que é prêmio de produtividade -, os segurados morrerão na fila da perícia. Quem tiver o direito terá o mesmo tratamento daquele que não tem.
O INSS premia os que deviam ser punidos e põe sob suspeita de fraudadores os que têm direito, os trabalhadores. Hora de chamar os petistas de goela dura. Igual à questão dos precatórios, que têm causas e consequências semelhantes.
Rango de galpão
Só seis senadores foram ao jantar de Roberto Requião (PMDB/PR) de apoio a Dilma. Não compro a leitura do desprestígio do senador, nem que o apoio a Dilma esteja a minguar. Ela tem a tropilha dos senadores do PT, e Requião é líder inconteste, o coronel da Quinta Comarca. Os motivos são outros e ponderosos (está no Orélio). Quem jantou com ele no Cangüiri sabe: comida pesada, piadas cavalares e brincadeiras de péssimo gosto. E vice-versíssima.
Haja urna
Milena Santos, Miss Bumbum USA e durante dez dias primeira-dama do ministério do Turismo, separou-se do marido, o ex-ministro Alessandro Teixeira. Ela mantém domicílio em Brasília, ele mantém o eleitoral, na Bahia, por onde se elege deputado. Com a urna que o silicone lhe proporcionou, Milena se elege fácil na capital da República.
Faça o que digo…
O secretário de Segurança do STF pede que a PF recolha os pixulecos do ministro Ricardo Lewandowski e do procurador geral Rodrigo Janot. E que prenda os responsáveis por ofensa a autoridades. Qual a diferença entre isso e os processos dos juízes do Paraná contra os repórteres da Gazeta do Povo – cujos processos foram suspensos pelo STF? Uma, o STF e a jurisprudência do ‘faça o que digo e não o que faço’.
(ROGÉRIO DISTÉFANO)