Do Filósofo do Centro Cínico
Vem aí o “Gol de Aluguel”. Coisa simples: o time que participa de peladas compra créditos de gols. Se no tempo normal da porfia do esporte bretão a equipe perde, apresenta os créditos suficientes para virar o placar depois do final da partida. Quem pensou na mágica que vai revolucionar o futebol ainda não revelou quanto vai custar cada gol, mas diz que a coisa é em benefício do bolso dele mesmo, que atravessa grandes dificuldades devido a crise que atrapalha o Brasil desde as capitanias hereditárias.
Zé.
Entendo a sua indignação “Rodriguiana” em relação ao referido serviço. Entretanto, Eu que, após meio século, continuo teimando em jogar minha sórdida pelada de dramaticidade shakespiriana confesso que já utilizei o serviço. É que às vezes marcamos alguns jogos com o time do próximo horário (o das 21:00h) e, nestas situações, colocar o frangueiro habitual seria uma temeridade, uma vez que, conforme genialmente definiu Nelson Rodrigues, se a sórdida pelada já é o drama que é, imagine o que representaria tomar um frango em uma verdadeira epopéia, que é o jogo com o time das 9.
Por isso, peço o seu perdão poético ao serviço, ele não faz tanto mal assim às peladas que continuam a ocorrer diariamente, agora nas quadras society, porque os campinhos da infância não existem mais, contudo, a dramaticidade “Shakespiriana” continua a mesma, mesmo com um goleiro de aluguel.
ps. Sei que alguns goleiros realmente doam parte ou até a totalidade do valor à instituições de caridade, outros devem ficar com os trintão, mas, no final, jogam como crianças grandes que são (e somos) e isso é o que realmente importa em uma peleja futebolística.