VARÕES DA REPÚBLICA
DEPUTADO JOÃO ALVES (1909/2004), do PP/BA, líder dos ‘Anões do Orçamento’ na comissão que fraudava as emendas na câmara federal.
Embutido
A prefeitura de Caruaru, PE, cancelou o empenho de R$ 575 mil para pagar o show de Wesley Safadão. Teve ação popular, liminar e derrubada a liminar que permitiria o gasto, a prefeitura desistiu assim mesmo. O show acontece, agora pago por empresários, informa a prefeitura. Devia ser assim desde sempre.
Show musical não é prioridade do Estado desde o circo romano. Mas o pessoal da ação popular que fique esperto: empresário não dá dinheiro à toa – quem jura que os R$ 575 mil não virão diluídos em fatura de empreiteira? Fazem caixa dois até com passe de boleiro, não fariam com show de pagodeiro?
She’s a lady
Dilma irá prestar depoimento no Senado, à comissão do impeachment? Se for, vai responder como faz com entrevistadores e subalternos, chamando os senadores de “meu querido, minha querida”? Tomara.
Corda e caçamba
A senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) ocupou a tribuna do Senado ontem para denunciar, até as lágrimas, a operação da PF em seu apartamento de Brasília, em busca de elementos de prova contra o ex-ministro Paulo Bernardo, levado sob prisão temporária.
Aguarda-se denúncia da senadora contra a prisão de seu advogado Guilherme de Salles Gonçalves, ainda no interior do avião no qual retornou de Portugal. Onde vai a corda, vai a caçamba, diz o provérbio de Coimbra, onde palestrou o advogado.
Plus ça change, plus ç’est la même chose
O senador Roberto Requião condenou a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann. O senador Roberto Requião, quando governador, chamou de corrupto diversas vezes o então ministro Paulo Bernardo. O então ministro Paulo Bernardo processou o então governador Roberto Requião, que foi condenado a pagar indenização por ofender a honra do ministro.
Quem mudou de lá para cá? Ninguém, tudo e todos como dantes. Minto, uma coisa mudou, que nem chega a ser mudança, pois na lição de Parmênides “o ser é, o não ser não é; o que é, não pode não ser” – o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, preso na operação da PF que também prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo, não atendeu nenhum dos dois no processo de indenização. Ficaria dividido entre as honras.
Ser ou ser
Aí vem chororô peto-artístico. Na Operação Boca Livre (finalmente um título autóctone, sem mitologia grega) a PF investiga fraudes nos financiamentos da Lei Rouanet. Bagatela pelos vigentes padrões corrupto-brasileiros, de R$ 180 milhões. Vamos ver se os artistas foram criativos como os políticos. Se usaram as mesmas assessorias jurídico-eleitorais, com certeza. Ser ou não ser é dúvida só para Shakespeare. Na hora de avançar no jarro a certeza é absoluta.
(ROGÉRIO DISTÉFANO)
Precisava não tudo isso.