ROGÉRIO DISTÉFANO
ESTAMOS no mato sem cachorro, a espingarda sem munição. Dilma cada vez mais suja e enrolada na Lava Jato. Temer a cada dia mais envolvido com a bandidagem política. Tenho estudado afinco a História do Brasil republicano na tentativa de compreender as causas de nossos tropeços cívicos. Só entendi uma coisa: nunca estivemos tão sem alternativa. Essa situação entre Dilma e Temer faz o Brasil oscilar entre o pior e o muito pior. O superlativo da crise é absoluto, o muito pior. Não nos basta o pior, superlativo simples de mau.
JÁ FICOU EVIDENTE que Michel Temer não é solução. Se ele não oferecia grande esperança, surpreende a rapidez e a extensão do quanto nos frustra. Confiram-se suas últimas medidas – nomeação de ministros suspeitos, criação de cargos, aumento de despesas com déficit na estratosfera. O retorno de Dilma, por tudo de antes e pelo que se sabe hoje (caixa dois que exigiu da Odebrecht) tornou-se impraticável. Ela pode ter a legitimidade do voto, mas perdeu a autoridade para governar. Seu criador e salvador Lula, luta pela salvação, sua e dos seus.
NOVA ELEIÇÃO? Como? A Justiça Eleitoral anula a eleição de Dilma e Temer? Quanto tempo o Brasil aguenta essa demanda? Ambos renunciam para deixar vacante presidência e vice? Isso, só se concretiza pela adesão de Dilma e Temer, outro impossível. Admitamos que no limite do inimaginável aconteça a nova eleição. Quem elegeremos? Marina Silva? Voltemos à História do Brasil, à personalidade de Jânio Quadros, o político dos mandatos meteóricos, que não levava a termo, inclusive o de presidente. Marina é um Jânio sem as taras.
MARINA É instável como Jânio; acabaria como Jânio e Collor, o outro instável: isolada e contraposta ao Congresso. Um novo caudilho, agora descendo pelo Norte como Getúlio, que subiu do Sul, fantasiado de major da polícia, para apear do jegue no Planalto? Difícil, os militares ainda não purgaram o veneno getulista. Dos que acenavam a esperança um está queimado, Aécio, outro, Serra, a sede pelo poder o afoga como velho carro a carburador. O que sobra? Só a falta de memória que nos leva a repetir as farsas de nossa História?
Numa palavra só, Rogério: irrepreensível!