Aloprados de esquerda e direita estão mais perdidos do que cego em tiroteio, como se dizia no tempo do Amigo da Onça. “Onde estou? É tudo tão estranho…” O personagem do inesquecível Ronald Golias sempre fez sentido no Bananão. Agora mais do que nunca. Mudaram os personagens do comando do país e, como era esperado, há bombas explodindo diariamente no colo de quem saiu e de quem entrou. Petardos de denúncias da podridão escondida por muito tempo dentro da fossa da política. Quem bateu panela, guardou-as nos armários, porque a gerentona está recolhida. Quem reclamou do “golpe” dizendo que “a luta continua”, acha que o mordomo de filme de terror armou um time de bandidos que vai devolver o poder a quem afundou o país. É o retrato perfeito do Bananão consagrado por Ivan Lessa, que nunca teve um mínimo de esperança na coisa, porque é assim mesmo. No que isso tudo vai dar? Em nada. A única diferença é que, por um motivo ou por outro, agora confia-se numa parcela ínfima do Ministério Público e da Justiça Federal – o que já é muita coisa em 516 anos de baderna.
Atravesso o buraco de luz
Alguém afaga meu cabelo/
sinto uma sensação de gozo interminável
Levito entre as nuvens
Me sinto um gigante ao ver os astros de perto
Posso pegar as estrelas com as mãos.
Aparecido, se liga, você está na zona.
Quem diria, um dia o futuro de Pindorama estaria nas mãos de tão poucas pessoas. Felizmente estas estão sendo dignos das funções para quais estão sendo pagas. Felizmente depois que os cardeais elegeram um argentino para ser papa a crença de que Deus é brasileiro diminuiu muito, poupando Deus de muitos constrangimentos.