de Ticiana Vasconcelos Silva
Pare de falar verdades que não cabem em suas mãos
Carregadas ao vento, sopram incoerências que jamais tocarão os leitos que nascem nos bosques
Quisera eu apenas me desfazer dessas inverdades traidoras e que corrompem o dia que não se intimida perante a morte
Quisera eu começar do zero à esquerda e voltar ao útero daquele animal selvagem que arrancou a minha pele pêlo cabelo olhos nariz boca e todo o meu ar
Você saberia me dizer quem é que não tem medo de cair e não poder mais levantar? Não, essa não é a morte.
É a paralisia do verso que tentou ser forte e esmaeceu diante da sua boca sem cor.
Dor é para quem tem fraqueza na franqueza.
Eu tenho é comiseração por quem me deixou nua sem se envolver
Acho que agora alguém pode me entender, mas não fui eu quem errou. Foi o tempo que cortou a minha alma e a deixou pela metade.
O Snege falava do Senhor e suplicava por que.A Ticiana vê os horizontes sombrios e flores carnívoras no seu jardim,parece réquiens,só falta marcha fúnebre.
Olá, Sérgio. Ao imaginar uma marcha fúnebre após ler o que escrevi, daria uma ótima cena para uma novela ou quiçá, muito além, um ato em uma peça de teatro. Digo isso se me considerasse uma escritora digna de alguma crítica, o que não sou – escritora. Toda crítica – seja ela construtiva ou não -, elogio, opinião e coisas afins, ajudam aqueles que tentam (eu disse, tentam) passar alguma mensagem aos que os leem. Se acabou em morte, é porque teve seu fim (leia-se também finalidade ou, de acordo com a sintaxe, redundância). E, a meu ver, a “marcha fúnebre” poderia ser o próprio texto 🙂
Obrigada pelo comentário.