Dia de combate ao alcoolismo é todo dia, principalmente aos que têm essa doença tão incompreendida, vítima do preconceito ignorante e tratada pelo poder público com o descaso de sempre – assim como os outros vícios que englobam a dependência. Evite o primeiro gole é só por hoje não vou beber são as pedras fundamentais ensinadas pelos Alcoólicos Anônimos, assim com a admissão da doença. Ela não tem cura, a origem é emocional e, graças a Deus, pode ser controlada. É isso que o signatário faz há pouco mais de duas décadas. O álcool foi a primeira droga (lícita) consumida. Ao parar de beber, há 25 anos, não conhecia a máxima de que sou dependente de todas drogas, principalmente as que não conhecia ou conheço. Assim, substituí a bebida pela cocaína, primeiro consumida de forma aspirada e, depois, injetada. Foram três os internamentos. O primeiro pelo álcool e os outros dois pela cocaína. A lição maior dessa experiência é que é possível o controle, que uma das coisas fantásticas que se aprende é ter a liberdade de escolha (no período do uso isso não existe) e que, melhor ainda, podemos comparar como estávamos durante o longo período do uso e o da sobriedade. Valoriza-se, portanto, a vida, com todos os problemas que existem, mas que podem ser enfrentados como nós somos. Tudo, enfim, melhora. O time de sobreviventes tem mais é que agradecer e torcer para os que ainda sofrem encontrem o mesmo caminho.