por Zé da Silva
Tenho as ideias e quando as dou de graça recebo apenas risadas ou desprezo por quem as ouve. Foi assim na academia de ginástica onde mantenho a pança – e a maioria dos outros, os do time da cueca, o peito de chester. Bati na sala do dono e disse que ele poderia ganhar muito dinheiro com um novo plano. Simples: por um quarto do valor pago na mensalidade dos malhadores, registraria o novo aluno que iria todo dia – para não fazer nada. A vantagem seria de todos, porque o maior beneficiado, além do proprietário, seria o atleta, que poderia contar para todo mundo, nos bares, restaurantes, local de trabalho, etc, que estava indo à academia diariamente ou, no mínimo, três vezes por semana. Ninguém precisa saber que seu exercício era apenas presencial. Claro que fiz isso em causa própria. Não aguento mais aquela esteira e os aparelhos de musculação e minha grana indo para o ralo. Mas acho que terei de continuar me sacrificando e espalhando que a melhor hora daquele tormento é quando ele acaba.