A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) está incomodada com os moradores de rua de Curitiba. O jornalista Rogerio Galindo, do blog Caixa Zero, publicado na Gazeta do Povo, captou nota publicada no Facebook da entidade onde a entidade para que que as autoridades responsáveis retirem quem dorme sob as marquises, “seja por bem e espontânea vontade ou por força de ato de ordem pública e social”. A associação defende também que as marquises sejam cercadas, camas recolhidas e que se ofereça alojamento ao povo desfavorecido e “optante destas modalidades” (ver o texto da Abrabar e a nota do jornalista). Quem produziu essa excrescência conhece tanto das condições dos seres humanos quanto a porta dos estabelecimentos que defendem. O combustível que estes estabelecimentos servem aos clientes deflagram violência em vias públicas e residências – e todo dia se vê casos da barbárie cometida por motoristas embriagados, brigas, etc, sem contar as doenças provocadas pela bebida. Para refrescar a memória dos çábios da Abrabar: a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego informa que 50% das mortes no tráfego são causadas pelo consumo de álcool – e perdem apenas para o excesso de velocidade; estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) contatou que de 2007 e 2009, de cada 100 mil mortes no Brasil, o álcool foi responsável por 12,2%. Se alguma entidade propor o fechamento destas casas pelos motivos acima qual vai ser a defesa? A Abrabar poderia comparar os casos com os de moradores de rua que cometem assassinatos, por exemplo. Vão chegar à conclusão que o contrário acontece muito mais. No passado não muito distante, no Rio de Janeiro, jogavam moradores de rua no Rio Guandu, para que a cidade não ficasse feia. Pode ser uma ideia?
A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) publicou no Facebook um pedido para que os moradores de rua sejam retirados das calçadas de Curitiba, nem que seja à força. O texto, publicado na noite desta segunda-feira, diz que o poder público assiste “passivamente” ao crescimento do número de pessoas nas ruas.
De acordo com a Abrabar, é preciso “cercar as marquises” para impedir que se formem “hotéis e motéis clandestinos” na cidade que, segundo a nota, estaria se tornando em “uma cidade dormitório”, num “albergue a céu aberto”.
A solução da retirada à força, segundo a Abrabar, ocorreria caso as pessoas se negassem a sair por “espontânea vontade”. Isso, de acordo ainda com a associação, serviria para dar “dignidade” às pessoas.
O pedido da Abrabar, além de ir contra a Constituição, fere o direito básico das pessoas de irem e virem e de ocuparem a cidade. É evidente que ninguém deseja que as pessoas fiquem nas ruas – primeiro, porque é ruim para elas, que muitas vezes não têm lugar digno para onde ir.
No entanto, o que o poder público está autorizado a fazer é oferecer lugar para essas pessoas, como abrigos e albergues. Jamais forçá-las a sair de onde estão. A essa tentativa de “limpar” a cidade, se livrando de quem não queremos que estejam ali, mesmo que contra a vontade deles, se chama “higiene social”. Algo típico, por exemplo, dos regimes fascistas.
Seria conveniente que a Abrabar recuasse da proposta feita. Em nome, inclusive, de sua respeitabilidade para futuras causas.
Dados das equipes do Consultório de Rua da secretaria de saúde de Curitiba informam:
70% (isso mesmo – SETENTA POR CENTO) dos moradores de rua atendidos em Curitiba NÃO SÃO VICIADOS EM ALCOOL E DROGAS.
Bem diferente da “gente diferenciada” que frequenta os estabelecimentos da Abrabar né?
A ABRABAR pode ter seus pecados mas está tomando uma atitude positiva, FAZendo um alerta à incomptente prefeitura que não FAS nada, apenas, deixa a cidade piorar a cada dia .
As considerações sobre a venda e o consumo de álcool tem uma enorme relevância, porém não diminuem o problema social do “morador de rua” ! Defender o direito de ficar na rua com a citação da Constituição e o Direito de ir e vir, por quem quer que seja, é o atestado de desconhecimento e das origens desse estilo de vida! O Poder Público frouxo e fraco não garante nenhum dos direitos sociais do Art. 6º da citada Constituição… “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”. A mesma Constituição que no Art. 193 dispõem que: ” A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem estar e a justiça sociais”.
Parabéns à ABRABAR pela coragem de levantar o problema. Tomara que outras associações levantem outros questionamentos descritos e esquecidos na Constituição Cidadã.
Todo o apoio à ABRABAR!
Já passou dos limites a atitude arrogante e confrontadora dessa gente preguiçosa!
Vcs já notaram que são poucos os que ficam dormindo no centro? São pouquíssimos! São preguiçosos!
tem muito mais gente necessitada que não fica à toa por aí, como eles!!!
Encher a caveira de mé e depois matar inocentes no trânsito pode , mas um excluído na calçada que é pública não pode.
A reclamação pode ser pertinente, mas cadê a ideia para solucionar o problema, mandar todos para o meio do sertão para que criem uma nova Canudos ?
Bem, já uns adotam cachorros de rua, então, esses que se comovem, que adote moradores de rua, leve-os para casa, trate-os como são tratados os cãezinhos, alimentem, deem banho, levem ao salão de beleza para tosa de cabelos, roupinhas bonitinhas, etc…………….ah ! e sua cama também .
Levantamos o debate e felizmente muita gente compreendeu de fato nossa posição e não a que foi vendida da força a todo custo, mas sim nas medidas legais e amparadas pela CF e demais leis.
O objetivo foi alcançado que era chegar a situação atual do problema e que é responsabilidade de todos os cidadãos, já que pelo visto tende a piorar.
A liçao que fica é que era sim importante tocar neste assunto sem paixões ou politização, seja pela ABRABAR ou qualquer instituição que tenha respaldo e responsabilidade de debater assuntos polêmicos mesmo em ano eleitoral, pois sabemos que incomoda o poder público e a sociedade, ja ninguém quer ver o ser humano jogado as traças ou ao destino da sorte, óbvio que não queremos varrer o problema para debaixo do tapete, mas sim encontrar soluções e sugestões possiveis de serem realizadas em parceria com os órgãos governamentais, mais criação ou reativação de espaços de acolhimento e entre outras ações.
O bom que as ideias boas estão chegando são para resgatar quem está afim de ter uma vida digna e ser integrado socialmente na comunidade. Separando sempre o joio do trigo.
De todo este furacão e comoção em nenhum momento a nossa entidade atacou nenhuma instituição do poder executivo nas três esferas, principalmente a municipal e ou a sua gestão!
Respeitosamente,
Um abraço
Fábio Aguayo
Presidente da Abrabar
http://www.ABRABAR.com.br