7:07Fora já!

A Paraná Pesquisas levantou e o jornal Gazeta do Povo mandou de primeira página hoje:

– Paranaenses querem Dilma Rousseff e Eduardo Cunha fora dos seus respectivos cargos

– 83% são a favor do afastamento do presidente da Câmara dos Deputados

– 63% pedem o impeachment da presidente da República

– 72% desaprovam a administração de Dilma

– 71% não acham que o impeachment da presidente é “golpe”

– 63% acham o PT o partido mais corrupto

Leia a reportagem: OPINIÃO PÚBLICA

Paranaense não quer Cunha e nem Dilma

Pesquisa mostra que 83% dos paranaenses são favoráveis à saída do deputado. Impeachment da presidente é defendido por 62%

  • Chico Marés

Na opinião do eleitorado paranaense, nem a presidente da República, Dilma Rousseff, nem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), têm condição de continuar em seus cargos. Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra que 62% dos paranaenses são favoráveis ao impeachment e 83% querem o afastamento do deputado federal.

Impeachment é golpe?

O Instituto Paraná Pesquisas também perguntou aos eleitores se eles consideram ou não que um eventual impeachment de Dilma Rousseff seria um golpe. Apenas 25% dos paranaenses consideram que sim. Atualmente, essa é uma das principais linhas de defesa do governo diante da opinião pública: tentar convencer que impeachment é golpe e convocar a população para uma “luta pela democracia”.

A comparação entre os dois acaba sendo um pouco mais generosa com Dilma. Enquanto Cunha não tem o apoio de praticamente ninguém (apenas 8% são declaradamente contrários a seu afastamento), a presidente ainda conta com o apoio de 29% dos paranaenses para ficar no cargo.

Esse apoio, entretanto, não significa uma melhora na aprovação de seu mandato: apenas 12% dos eleitores dizem estar satisfeitos com a administração da presidente – enquanto 84% desaprovam seu governo. É a segunda pior avaliação de Dilma na série histórica, melhor apenas que a pesquisa de junho deste ano – na qual a desaprovação era três pontos porcentuais maior.

As entrevistas foram realizadas entre os dias 10 e 14 de dezembro, em 60 municípios do estado. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, e o grau de confiabilidade é de 95%.

Contexto

Os dois vivem um momento particularmente conturbado. Dilma, por um lado, é alvo de um processo de impeachment, admitido na Câmara justamente por Cunha no último dia 2. Já o presidente da Câmara é alvo de um pedido de afastamento, por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), desde o dia 16 – posterior à realização da pesquisa. O pedido é que ele seja afastado do cargo de deputado.

O impeachment de Dilma é motivado pelas chamadas “pedaladas fiscais”. No ano passado, o governo atrasou deliberadamente pagamentos à Caixa Econômica Federal para maquiar resultados fiscais – o que, no entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), é motivo para a rejeição das contas do governo pelo Congresso.

O pedido de afastamento do deputado, por outro lado, foi motivado por 11 indícios de que Cunha estaria usando seu cargo para interferir nas investigações contra ele. O presidente da Câmara foi denunciado pela PGR por recebimento de propinas oriundas de esquema de corrupção na Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato. Há, também, uma denúncia de recebimento de propina para liberação de uso de recursos do FGTS para obras no Rio de Janeiro.

O Instituto Paraná Pesquisas perguntou ainda aos eleitores qual dos dois deveria ser afastado antes. O resultado foi um empate técnico: 32% acham que Dilma deve sair primeiro, enquanto 31% acreditam que a prioridade é Cunha. Outros 33% acham que ambos devem sair juntos.

Juntos na queda

Maioria do eleitorado paranaense defende impeachment de Dilma e afastamento de Cunha.

Metodologia: Levantamento realizado com 1.520 eleitores em 60 municípios do Paraná entre os dias 10 e 14 de dezembro. Margem de erro de 2,5 pontos porcentuais.

OPINIÃOPÚBLICA

63% dos paranaenses consideram PT o partido mais corrupto

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra que o PT passa por uma grave crise de imagem no Paraná. Nada menos que 63% dos eleitores do estado consideram a legenda a mais corrupta do país – em segundo e terceiro lugar, PSDB e PMDB foram considerados os mais corruptos por 4% da população cada um. A legenda de Lula é, também, a mais rejeitada no estado: 56% dos eleitores não se filiariam ao partido “de jeito nenhum”.

PT ainda tem imagem “social”

O dano profundo na imagem do PT não significa o fim do partido. Uma parcela significativa do eleitorado paranaense (30%) vê o PT como a sigla que mais se preocupa com as pessoas carentes.

Outros 69% ligam o PT diretamente ao Bolsa Família. Para o cientista político Luiz Domingos Costa, isso demonstra que o PT pode reconstruir a sua imagem no longo prazo, focado nesta ligação com seu nicho eleitoral.

Porém, isso depende de uma renovação de suas lideranças – e, obviamente, que essas novas lideranças se mantenham longe de novos escândalos de corrupção.

Outro indício de como a imagem do partido está enfraquecida no Paraná é a ligação com os eleitores. Tradicionalmente, ainda que sofresse rejeição de setores da sociedade, uma parcela significativa da população se identificava com a sigla – muito mais do que com seus adversários. Agora, o PT está na terceira colocação da preferência do eleitorado, com 4%, contra 10% do PMDB e 9% do PSDB.

As entrevistas foram realizadas entre os dias 10 e 14 de dezembro, em 60 municípios do estado. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, e o grau de confiabilidade é de 95%.

Lava Jato

O afundamento da imagem do partido está intrinsicamente ligado aos escândalos recentes envolvendo suas principais lideranças – o mensalão e a Operação Lava Jato. Chama a atenção, entretanto, que ambos os escândalos envolveram também figuras de outros partidos, como PP e PMDB, sem que isso tenha afetado suas imagens institucionais.

Para o cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter, o fato de a direção do PT estar diretamente ligada a esses casos favorece esse fenômeno. “Os principais operadores desses dois escândalos eram dirigentes do PT. As operações atingiram o sistema nervoso do partido”, diz.

Além disso, o PT tem uma peculiaridade de ser um partido estruturado e verticalizado, enquanto a maioria de seus concorrentes, como o PMDB, por exemplo, é profundamente fragmentada e descentralizada. Assim, escândalos de corrupção acabam atingindo a imagem do partido como um todo, e não apenas de seus dirigentes ou de políticos isolados.

Por fim, o simples fato do PT estar no poder, e ser responsável pela gestão das instituições atingidas pela corrupção, faz com que o eleitor responsabilize o partido diretamente pelos escândalos.

Imagem desgastada

Quase dois terços dos paranaenses considera o PT o partido mais corrupto do país.

Metodologia: Levantamento realizado com 1.520 eleitores em 60 municípios do Paraná entre os dias 10 e 14 de dezembro. Margem de erro de 2,5 pontos porcentuais.

Fonte: Paraná Pesquisas. Infografia: Gazeta do Povo.

2 ideias sobre “Fora já!

  1. leandro

    De todos os itens da pesquisa, os aloprados dizem por aí que o único que está correto é o que menciona Eduardo Cunha, os demais é coisa de coxinha e da imprensa golpista.

  2. Toledo

    Leandro, no teu Bairro Batel não mora nenhum velhaco sonegador? Aí só tem coxinha do bem? Ninguém ta no Serasa? Porque vocês não elegem o Marcelo Almeida para governador do Batel. Ele e abonado.

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