Do jeito que veio
Cegos e videntes encenam juntos peça teatral neste domingo, em Curitiba
Peça “Tudo que vi de olhos fechados” transforma alunos com deficiência visual em atores amadores e mostra que a arte pode ser inclusiva e possível para todos. Espetáculo será encenado no domingo (6) e terá a participação do cantor e compositor Leo Fressato. Haverá também exposição interativa de esculturas feitas por alunos da Unespar/FAP
“Tudo é mágica! Tudo é o que você vê, não diante dos olhos, esquece isso! A mágica acontece aqui dentro, e o que fica aqui é o que vale a pena ser vivido”. A frase é da peça teatral “Tudo que vi de olhos fechados”, que será apresentada por seis atores amadores com deficiência visual e seis videntes neste domingo (6), às 18h, no Teatro Laboratório da Unespar/FAP (Universidade Estadual do Paraná/Faculdade de Artes do Paraná), em Curitiba. Juntos, eles sobem ao palco para demonstrar que o mundo da arte é possível para todos. Haverá também uma exposição interativa de esculturas, que poderão ser tocadas pelas pessoas com deficiência visual, e um coquetel. As ações são gratuitas e fazem parte do Projeto “Ilusão Ótica – que falta nos faz a palavra”, do IPC (Instituto Paranaense de Cegos), dentro da Virada Inclusiva, movimento mundial que acontece durante a semana que contempla o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro) e que, em Curitiba, foi abraçada pelo IPC.
A peça é uma junção de recortes de momentos vividos pelos atores cegos com suas avós, família, amigos e do seu próprio dia a dia e que deram origem a uma história única que se passa no dia do aniversário de uma senhora. Na última cena, o cantor e compositor Leo Fressato, que compôs “Oração”, música que estourou com a Banda Mais Bonita da Cidade, cantará ao lado dos atores uma das músicas que compõem o espetáculo. A peça foi escrita por três alunas do curso de Teatro da Unespar/FAP: Juliana Partyka, Mariane Laurentino e Natália Favarin. As esculturas também são de estudantes da universidade, que ainda cuidam do roteiro, iluminação e direção cênica e musical da peça.
As pessoas cegas atendidas pelo IPC e seus familiares terão à disposição um ônibus que fará o transporte da sede do instituto até o teatro. “No trajeto já haverá um ‘esquenta’, com músicos alunos da Unespar/FAP fazendo atividades com o pessoal”, adianta Carlos Mosquera, diretor coordenador do projeto “Ilusão Ótica – que falta nos faz a palavra”. “Essas são ações que trazem a arte para mais perto das pessoas com deficiência visual, mostrando que esse é sim um público de teatro e de exposições, mas também de dança, cinema e de todas as outras formas de expressão artística. Também queremos mostrar que os cegos podem ser atores ou trabalhar em outras áreas e contribuir com o meio artístico”, comenta Mosquera.
Os ensaios acontecem desde o início do ano. Paralelamente, os atores amadores participaram de uma série de oficinas, como teatro, corpo, iluminação e maquiagem. Tudo foi filmado e fará parte de um documentário. O projeto “Ilusão Ótica – que falta nos faz a palavra” é desenvolvido em parceria com o Ministério das Relações Exteriores da Finlândia. A direção da peça é da Unespar/FAP.
Serviço
Peça “Tudo que vi de olhos fechados”
Data: 6 de dezembro de 2015
Hora: 18h
Local: Teatro Laboratório da Unespar/FAP (Universidade Estadual do Paraná/Faculdade de Artes do Paraná) – rua dos Funcionários, 1.756, Cabral, Curitiba.
Entrada gratuita
Classificação: livre