O conselheiro relator das contas do governo do Paraná relativas a 2014 foi sorteado no dia 16 de janeiro de 2015, ou seja, há quase dez meses. Todos sabiam que o ex-deputado Durval Amaral tinha sido secretário da Casa Civil de Beto Richa e que tinha recebido o aval do governador para entrar no Tribunal de Contas. Ele poderia se declarar impedido? Sim. Não se declarou, ninguém levantou o dedo para impedir e, agora, depois que sua equipe trabalhou durante todo o período na análise das contas, não vai mudar. Seu relatório deverá ser apresentado na semana que vem. O que se estranha é que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, cujo parecer vazou na imprensa e ganhou destaque, pois pede a rejeição das contas, tente agora fazer um banzé para que o conselheiro tire o time de campo. Pergunta-se: desde janeiro os doutos procuradores estavam em que mundo pois não abriram o bico para denunciar a situação que consideram de suspeição do conselheiro-relator? Uma confusão também foi causada porque se confunde este MPjTC com o Ministério Público Estadual. Isso é a mesma coisa que achar que Atlético Paranaense e Coritiba são a mesma coisa. O do TC, neste caso das contas do Estado, vai apresentar seu parecer e é o plenário dos conselheiros que decidem se ele será acatado ou não, assim como o do próprio conselheiro-relator. Além disso, vale lembrar que, mesmo em caso de rejeição, quem decide mesmo são os deputados estaduais. Aliás, o Tribunal de Contas é órgão da Assembleia – e o MPjTC é atrelado ao TC, ou seja, tem autonomia zero.