por Célio Heitor Guimarães
Eu, que já sou o único paranaense sem telefone celular e sem smarfone (ou seria smartphone?) – e que não os terei enquanto viver, posto que o meu grau de idiotia não chegou a tanto –, talvez seja também o único brasileiro contra esse maldito horário de verão, que, neste ano, se instalou à zero hora de domingo passado, pela 30ª vez consecutiva.
Como se sabe, paciente leitor, há certas mentiras que, por serem repetidas exaustivamente, acabam aceitas como verdades. Eu, por exemplo, até agora não encontrei uma bondosa alma que me explicasse a vantagem real dessa bobagem de “horário de verão”, estabelecido por decreto governamental e repetido anualmente. Perdoem a ignorância deste macaco.
Ah, economiza-se a extraordinária soma de 0,7% de luz elétrica, evita-se o risco de blecautes e/ou de racionamentos no fornecimento de energia!… Mas que economia é essa, se o que deixamos de utilizar aqui, utilizamos lá? Isto é, a lâmpada que deixamos de acender à noite, que começa mais tarde, acendemos pela manhã, que começa mais cedo.
Aliás, a seguir esse raciocínio, ao invés de “horário de verão”, deveria existir aqui, isto sim, “horário de inverno”. É no inverno e não no verão que o sol se põe mais cedo e às 18 horas já é escuro. Já poderia ser, então, 19 horas e a coisa se tornaria mais normal. É certo que, como na história do cobertor curto, se puxado para cima, ficará faltando lá em baixo, e às 6 horas da manhã, que ainda estaria escuro, já seriam 5.
Por isso, não tem jeito. O melhor seria deixar o fuso como ele sempre foi, originalmente estabelecido pela natureza, para que o brasileiro, que a cada dia que passa é obrigado a driblar uma nova arte dos governantes, tivesse um pouco de sossego. Pelo menos em termos cronológicos.
Vivemos tão bem 485 anos sem essa necessidade, até que, de repente, os burocratas de Brasília, na falta do que fazer, resolveram inovar, copiando ideias estrangeiras, como de praxe. E a tolice – sai governo, entra governo – tem se repetido, religiosamente, ano após ano, quase sem nenhuma oposição significativa, para glória e alegria dos desocupados de sempre, que passam a dispor de uma hora a mais, sob o calor do sol, para vadiar. De preferência, à beira-mar. Às favas aqueles que têm dificuldades de adaptação com as mudanças do fuso horário, particularmente as crianças em idade escolar e os idosos. Estes, então, como também se sabe, há muito deixaram de fazer parte das preocupações oficiais, pois, segundo os nossos governantes, tão humanitários quanto pragmáticos, compõem o batalhão dos vagabundos da pátria, como os definiu, certa feita, o nada saudoso professor FHC? E são os perversos responsáveis pelo déficit público, não é mesmo, drs. Lerner e Richinha? Horário de verão neles, portanto!
Há anos, consulto revistas e jornais e ouço “especialistas” à procura da explicação referida no início destas mal traçadas linhas, mas até agora só encontrei uma – e já faz tempo, lá pelos idos de 2000 –, aqui mesmo nesta nossa sempre surpreendente Curitiba, assinada pela colega Ana Ehlert, do Jornal do Estado, com a objetividade que caracteriza o bom jornalismo:
“A lógica do horário de verão consiste em promover artificialmente a defasagem entre as curvas de consumo das diversas classes de consumo de energia elétrica, amenizando os efeitos de sua sobreposição num determinado período do dia”.
Quer dizer: não existe lógica alguma.
E, certamente, o amor à objetividade não faz mais parte do aprendizado nas escolas de jornalismo.
Tudo bem, tudo bem! Não precisam mais explicar nada. Eu só queria entender. Mas como isso parece ser mesmo impossível, deixem prá lá!
Governantes que se mostram incapazes de, sequer, garantir a possibilidade de os governados continuarem vivendo a sua miséria com tranquilidade, têm mesmo de ficar bulindo no relógio biológico da gente. E fazer disso uma revolução administrativa de consagrada profundidade, enaltecida pelos especialistas de plantão e pela imprensa nossa de cada dia.
Ressuscitai, ó Khronos! O Brasil abriga alguns de vossos filhos prontos para ser devorados!
Voto com o relator.
Celio,o horário de verão nasceu com a nova republica,aquela dos novos tempos,onde os exilados viriam para concertar o Brasil,e até que consertaram para eles,estão todos milionários,com apenas alguns abnegados do partidão que não penderam para o fácil.
Alem do horário de verão, veio o caixa -dois de campanha,o sequestro da poupança,o roubo de bilhões do Banestado,a entrega do Bamerindus ,o escândalo do anões,o João Alves ganhou 300 x na loteria,o Brasil foi Tetra e penta,o Aécio teve uma recaída e foi internado,quase foi presidente,roubaram os trens,Furnas,Petrobras,merenda das crianças,previdencia do funcionalismo,festa de aniversario do Pedrinho,roubaram quase tudo,agora só falta roubarem meu computador para eu não falar mal de políticos e de magistrados arghhhhhhhhhhhhhhh
ainda bem que veio o pt, com ajuda do pmdb, do sarney, do collor, do maluf – e todos os partidos dignos, para consertar tudo, né, pombo reaça? hihihihihihi
Concordo totalmente com o autor e acrescento que corre na mesma raia da falta do que fazer, a tomada de 3 pinos.
Pingback: Um brasileiro fora do fuso | Solda Cáustico
Silvestre, estou solidário com você. O ZB esta incansavel em sua perseguição aos Ptistas e assemelhados. Veja o meu caso. Não sou Poodle, votei no Lula 2 vezes, na Dilma duas vezes e vou votar mais duas no Lula ou no Flavio Dino. Aguarde o que ele vai dizer!!!
errou mais uma vez, toledo. o pombo reaça de londrina não precisa ser perseguido, assim como você. pra que? hihihihihihihi
To te estranhando ZB,ao inves de perseguir uma pomba perseguida persegue pombos??????????.
fraca. tente outra, pombo reaça.
Ao pombo reaça: o horário de verão começou no Brasil em 1931, com Getúlio Vargas.
Que trabalho eu te dou né José,depois me ache na internet uma fabrica de bainhas d foice.
De fato, José, o horário de verão foi experimentado em 1931 por Getúlio, mas só se estabeleceu anualmente em 1985, com o gênio maranhense “Sir” Ney, aquele.
Eu gosto do horário de verão e tem muita mais gente que se sente bem. Os véio que fiquem reclamando.