Do analista dos Planaltos
No arraial peemedebista o clima está mais para noite de São João que dia de Finados. No barulhão todo, a disputa entre requianista e pessutistas, ao modo dos Capuletos e Montecchios, promete. Briga sim, renovação não. É a ordem que vem do time de Roberto Requião, enquanto Orlando Pessuti não desiste. Novo no pedaço para o comando partidário é Sérgio Souza. Ex-senador e deputado federal com conceito em Brasília, onde exerce a relatoria da CPI dos fundos de pensão, ele tem pela frente uma batalha indigesta. Com seu nome colocado para enfrentar o time do senador e ex-governador na briga pelo comando regional do PMDB, ele pode entrar em uma disputa onde a judicialização do processo prevalece sobre o caminho normal da vida partidária. A saber: quando Requião articulou a destituição do diretório estadual durante o processo eleitoral do ano passado, a questão foi parar na Justiça e até uma reintegração passou a fazer parte dos autos. Com os dois lados apelando, o comando atual do PMDB tanto pode ser decidido definitivamente em favor de Requião ou de Orlando Pessuti. Ou seja, a escolha da nova direção partidária pode não ser legitima , dependendo da decisão judicial a sair – e de quem estiver no comando do diretório. Souza é novo na paisagem de um quadro que não tem expressivas renovações no Paraná. Na interpretação da difícil equação política do quem ganha quem ganha, tem a seu favor um precioso bem: o tempo.