9:02A refinaria e o “incêndio”

O jornalista Celso Nascimento informa em sua coluna da edição deste domingo da Gazeta do Povo que os Ministérios Públicos Federal e Estadual, além da Polícia Federal, estão procurando juntar o lé das mutretas da Receita Estadual com o cré das operações da Refinaria de Manguinhos, do notório Ricardo Magro, flagrado como sonegador de impostos no Rio de Janeiro e aqui também. Pelo que descreve o colunista, se o duto for furado e revelado, o Palácio Iguaçu corre o risco de sofrer novo incêndio. Confiram:

Receita: a união faz a força

  • Celso Nascimento

Unidos, jamais serão vencidos: policiais federais e promotores estaduais e federais, uns a serviço específico da Operação Lava Jato, outros atuando nas investigações de desvios na Receita Estadual, já se deram as mãos para seguir as trilhas da chegada ao Paraná da Refinaria de Manguinhos – uma distribuidora de combustíveis que usava de artimanhas para burlar o Fisco. Estão à procura de interligações.

Eis, no entanto, que, apesar do prontuário negativo, o dono oculto da refinaria, Ricardo Magro, teria conseguido, com a ajuda de um influente amigo frequentador de gabinetes palacianos, instalar sua sede no Paraná, mais precisamente em Araucária, em 2011, ano inaugural do primeiro mandato do governador Beto Richa.

E aqui passou a repetir mais ou menos o mesmomodus operandi que utilizara no Rio para sonegar impostos. Em pouco tempo, isto é, até dezembro do ano seguinte, a Receita paranaense já contabilizava o não recolhimento de impostos devidos por Manguinhos no montante de R$ 300 milhões.

Conforme relata um servidor que pede anonimato, uma das modalidades do golpe da sonegação consistiria basicamente em aproveitar o sistema de substituição tributária vigente no Paraná (e em outros estados), que, em tese, obrigaria o recolhimento do ICMS no ato da venda do combustível. Só que não recolhia, enquanto os compradores (empresas de fachada comandadas por laranjas) simulavam operações interestaduais para se beneficiar de créditos tributários. Em seguida desapareciam sem deixar vestígios. Prejuízo duplo para o Fisco e lucros assombrosos para alguns.

Ok! Manguinhos foi autuada pelas autoridades fazendárias. No fim de 2012 reconheceu que já devia R$ 223 milhões, renegociou a dívida mas, segundo consta, não liquidou o débito e continua operando no estado, principalmente na distribuição de gasolina A para postos.

Quando atuava no Rio, o Ministério Público de lá chegou a identificar digitais do deputado Eduardo Cunha (hoje presidente da Câmara) como protetor de Ricardo Magro, conforme consta do inquérito do MP número 3056/RJ, mas não foram encontradas provas contra o parlamentar.

E aqui, no Paraná, quem deu guarida a Manguinhos? E por quê? Ou por quanto? É para obter respostas a estas perguntas que os investigadores trabalham unidos. Vários nomes com participação no esquema já foram aventados – um deles o do poderoso distante primo Luiz Abi. Ele teria agido sem o conhecimento de superiores, parentes ou não? Respostas podem sair em breves dias.

O prontuário de estripulias de Manguinhos começa no Rio de Janeiro há uns oito anos. Lá, suas cabulosas operações de colheita em férteis laranjais deixaram prejuízo à Fazenda fluminense da ordem de R$ 850 milhões. Impedida de continuar atuando no seu estado de origem, Manguinhos tentou se estabelecer em São Paulo. O governo paulista levantou sua ficha e não lhe concedeu a inscrição estadual.

5 ideias sobre “A refinaria e o “incêndio”

  1. E os outros?

    Ei Celso Nascimento procure saber de quando é a Inscrição Estadual da Refinaria de Manguinhos no Paraná!
    Do Governo Roberto Requiao, tendo à frente da Secretaria da Fazenda o doutor Heron Arzua.
    Hoje assessor dele – Requiao – no Senado Federal e morando em Curitiba ainda.

  2. Indignado

    Eduardo é o outro canalha, o Cunha. São tantos os canalhas, que entendo a confusão.

  3. Mrs. Musculo

    Será que vamos conhecer os deputados estaduais, os ex secretários advogados tributaristas e civilistas que atuaram na defesa da Refinaria de Manguinhos.
    E será que vamos conhecer os ditames de juízes que davam liminares em Araucária para não cortarem a inscrição fiscal da Refinaria de Manguinhos.
    Tudo para impedir o funcionamento da empresa no Paraná.
    E não foi só o pessoal do Requião não… foi o da Maçonaria também.

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