Do ombudsman
A Gazeta do Povo, jornal que se atribui o papel de zelosa e furiosa guardiã da moral e dos bons costumes no Paraná, conseguiu ser estranhamente pudica e cautelosa ao tratar do escândalo que foi a contratação do advogado Tiago Cedraz, investigado pela Operação Lava Jato por tráfico de influência em ações judiciais e administrativas que incluem processos no Tribunal de Contas da União. Tiago é filho de Aroldo Cedraz, presidente do TCU e é suspeito de ter recebido R$ 1 milhão de porpina da UTC para repassar informações privilegiadas do TCU para a empreiteira. A contratação de Tiago Cedraz por R$ 1,5 milhão pela Itaipu coincide com a inédita decisão do TCU de determinar a fiscalização na Binacional.
A reportagem da Gazeta que noticia o escândalo, em sua edição de hoje (24), ocupa 2/3 de página e consegue a proeza de não mencionar uma única vez o nome do diretor geral da Itaipu, Jorge Samek. A hidrelétrica, naturalmente, é um dos grandes anunciantes do jornalão. No curioso texto se informa que foi “Usina de Itaipu” quem contratou o advogado Tiago Cedraz – e as explicações foram dadas “por meio da assessoria de imprensa”. O leitor do jornal fica sabendo que a “Itaipu Binacional acompanha atentamente a questão”. Jorge Samek, que é figurinha fácil no colunismo social e no noticiário sobre iniciativas ambientais da Itaipu do jornal, foi poupado de qualquer explicação sobre a contratação do lobista.
Você não entenderam. A contratação foi feita pela USINA DE ITAIPU, assim diz a nota. Itaipu foi a obra do século e continua sendo, vejam que em determinados casos ela se torna tão autônoma que nem pr3ecisaria de diretores. Outra hipótese teria sido o contrato feito pelo lado do Paraguai e aí poderíamos dizer que é um contrato falso, não existe. Quem sabe a Gazeta obteve essas informações e publicou a matéria impessoal. Bem se não foi isso que é uma ironia então o Samek tem mesmo que se explicar.
Quanto ganha o presidente da Itaipu? É muita grana para fazer cagadas como essa.
Notaram que onde tem PT no meio tem rolo.
A Gazeta demonstra, mais uma vez, ser muito seletiva em suas denúncias.