15:53CAMPO DE JOGO

por Juca Kfouri

Entra em cartaz no dia 23, em diversas salas pelo país afora, o filme “Campo de Jogo”, de Eryk Rocha.

Em São Paulo, no Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca.

Não é exatamente um filme, ou melhor, é mais que um filme, é uma poesia sobre futebol.

Retrata com imagens pouco vistas nas telas o campeonato de favelas do Rio de Janeiro.

Esqueça o discurso de que é um filme sobre o verdadeiro futebol. Mas saiba que ao vê-lo você não apenas entenderá por que o futebol desperta tanta paixão. Mais: você sentirá por quê.

Rocha, 37 anos, filho de Glauber, é craque também.

Com poucas palavras e imagens deslumbrantes, põe o espectador dentro do campo de terra e o faz sentir o cheiro e o gosto do pó.

Transforma a sala escura em arquibancada e faz você torcer pelo Geração ou pelo Juventude, os times que disputam a final, nos pênaltis, para aumentar a dramaticidade.

Melhor: faz você torcer ora por um, ora por outro, até pelo juiz.

De quebra, dá um banho de Brasil, num campinho cercado por favelas, no bairro Sampaio, a poucos quilômetros do Maracanã onde, concomitantemente, se disputava a 20ª Copa do Mundo, megaevento proibido aos protagonistas do documentário, do drama, da epopeia que Rocha transforma em poema e homenagem às raízes da mestiçagem que, um dia, fez do nosso futebol o melhor do mundo.

“Impressionantemente filmado e maravilhosamente editado para capturar o ritmo do jogo”, resumiu a “Variety”, a mais que centenária revista americana sobre cinema.

Não precisa acreditar no que você lê aqui. Veja com seus próprios olhos no cinema.

Tostão enlouquecerá ao ver.

*Publicado na Folha de S.Paulo

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