6:46Ratinho Jr. lidera corrida para a prefeitura; Gustavo Fruet e Requião Filho disputam o segundo lugar

Da Gazeta do Povo, em reportagem de Katia Baran

Sucessão municipal tem Ratinho Jr. em 1.º e empate técnico no 2.º lugar

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra secretário de Richa com 25,9% das intenções de voto. Fruet está com 15,1% e Requião Filho tem 12,7%

O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano Ratinho Jr. (PSC) seria o favorito a ocupar o posto de prefeito de Curitiba, com 25,9% das intenções de voto, se as eleições fossem hoje. É o que aponta um novo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, que indica o atual prefeito Gustavo Fruet (PDT) em segundo lugar na preferência dos eleitores, com 15,1%, tecnicamente empatado com o deputado estadual Requião Filho (PMDB), que tem 12,7% da preferência – já que a margem de erro é de 3,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Em seguida, aparecem o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), com 8,4% das intenções de voto, e os deputados federais Rubens Bueno (PPS), com 6,5%, e Fernando Francischini (SD), com 5,4%. Os deputados estaduais Ney Leprevost (PSD) Tadeu Veneri (PT) aparecem com 5,9% e 4,2% da preferência dos eleitores, respectivamente. Bernardo Pilotto (Psol) e Wilson Picler (PEN) também foram apontados por 0,7% dos entrevistados, cada um.

Veja todos os resultados da pesquisa

Apesar de ter mantido a posição de liderança, Ratinho não oscilou muito em relação ao último levantamento feito pelo Paraná Pesquisas e manteve a queda em comparação com a pesquisa realizada em dezembro do ano passado, quando ele aparecia com 38% das intenções de voto. Já Gustavo Fruet variou dentro da margem de erro nos três levantamentos, assim como Requião Filho e Luciano Ducci.

O cientista político da UFPR Leonardo Rocha diz que a pesquisa aponta um leve declínio de candidatos ligados ao governador Beto Richa (PSDB), como Ratinho e Francischini, e ascensão da oposição, com Requião e Veneri. “É um cenário prévio, ainda com muitos nomes, e mostra uma ligação da disputa municipal com a desaprovação do eleitorado ao governo estadual, o que deve influenciar diretamente na campanha pela prefeitura”, destaca.

Além do cenário estadual, segundo Rocha, a condução dos governos municipal e federal também deve interferir na próxima eleição à prefeitura. “O prefeito está envolto em uma gestão turbulenta, com problemas com a base aliada e com o PT , que também possui hoje uma imagem negativa, devido aos problemas econômicos e as denúncias de corrupção”, diz o cientista político.

De acordo com o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, apesar de ainda faltar quase um ano para o início da corrida eleitoral, o atual prefeito necessita de um ritmo de crescimento maior nas pesquisas para despontar como candidato viável. “O tempo está passando e o prefeito está reagindo devagar, enquanto isso outros nomes vão aparecendo”, afirma Hidalgo.

Apesar de se tratar de um cenário prévio, os especialistas apontam que, assim como em 2012, a próxima eleição municipal deve ter componentes de imprevisibilidade. Eles observam que nem todos os nomes da lista devem ser candidatos, fator que deve “embolar o meio de campo”. Sem Ratinho no páreo, por exemplo, Fruet, Ducci e Requião aparecem empatados.

Espontânea

Já na abordagem espontânea – quando os pesquisados não recebem uma lista prévia de nomes – Fruet aparece como melhor colocado, com 5,7% das intenções de voto. “Ratinho Jr. aparece pior porque ainda possui uma rejeição grande no eleitorado conservador de Curitiba”, destaca Leonardo Rocha. Nessa abordagem, o secretário estadual aparece com 4% da preferência dos eleitores.

Rejeição ao PT em Curitiba é de 60% e ao PSDB chega a 35%

O Instituto Paraná Pesquisas também mediu a rejeição dos eleitores curitibanos a três partidos políticos: PT, PSDB e PMDB. Conforme o levantamento, o partido da presidente Dilma Rousseff, que faz parte da base de apoio do prefeito Gustavo Fruet (PDT), é o que tem a imagem mais negativa em Curitiba: 60% dos entrevistados afirmaram que não votariam em um candidato
do PT.

Em seguida, aparece o PSDB, do governador Beto Richa. Para quase 35% dos pesquisados, o simples fato de alguém pertencer ao partido seria um empecilho para votar num possível candidato tucano à prefeitura.

Já o PMDB é a sigla mais neutra: 22% dos eleitores disseram que não votariam em um postulante à prefeitura que pertencesse à legenda.

Para os especialistas consultados pela reportagem, a rejeição dos curitibanos ao PT é esperada, considerando o histórico de votações no partido na cidade. “A legenda nunca foi muito bem votada e, agora, com a rejeição crescente à presidente Dilma, a situação fica ainda pior”, avalia o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.

O cientista político da UFPR Leonardo Rocha considera surpreendente o índice negativo apresentado pelo PSDB no levantamento. “Sempre foi um partido bem votado em todo o estado e agora aparece mal, o que pode ser reflexo direto da avaliação ao governador”, diz.

Candidato do PMDB

O Instituto Paraná Pesquisas também avaliou o grau de popularidade dos possíveis candidatos do PMDB à prefeitura de Curitiba. No levantamento, o deputado estadual Requião Filho é o mais lembrado pelos entrevistados, seguido pelo ex-prefeito Rafael Greca, pelo deputado estadual Stephanes Junior e por Rodrigo Rocha Loures.

Para o cientista político, o bom posicionamento de Requião Filho reflete seu destaque como oposicionista na Assembleia Legislativa, além da influência da imagem do pai, o senador Roberto Requião (PMDB). “Ele era desconhecido da maioria, mas assumiu uma postura de oposição como deputado, se destacando diante da baixa popularidade do governador”, diz Rocha.

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