por Claudio Henrique de Castro
No dia 01 de junho de 2015, repetiu-se o episódio da morte de mais uma honorável Mãe de Santo no Brasil – por intolerância religiosa.
Dessa vez foi a Mãe Dede de Iansã (veja reportagem anexa). Outrora, em condições semelhantes, morreu Mãe Gilda, em 21 de janeiro de 2000 (Dia da Intolerância Religiosa no Brasil).
A repetição de ataques contra pessoas humildes, indefesas e idosas caracteriza-se em grave afronta aos princípios da liberdade religiosa, à igualdade e à dignidade da pessoa humana.
A pregação do ódio dentro das religiões seja de que forma se apresentar (contra as opções sexuais; contra as outras formas de pensar o divino; contra outras religiões ou contra determinados segmentos sociais) não tem nenhum amparo na Constituição brasileira (art. 5º, VI, VII e VIII da Constituição Federal) e deve ser punida nos termos da legislação penal em vigor (Lei 9.459/1997).
Oferecer flores brancas aos que pregam o ódio pode ser uma opção pacífica e de serenidade. Perdoá-los por tais atos de ódio e covardia deve ser a solução mais recomendada para que não se instaure a guerra entre religiões, que pode referendar acontecimentos muito mais graves.
Apesar da posição ecumênica de paz, a legislação vigente deve ser aplicada com rigor, as indenizações devem ser julgadas de forma exemplar e devemos exigir novas leis que realmente combatam a disseminação do ódio, do extremismo e do fanatismo religioso. As leis devem ser aplicadas – e não termos leis apenas de fachada. Se não for assim, estamos descumprindo frontalmente a Constituição Brasileira e deixando de lado as suas garantias e direitos fundamentais.
Olhando para a foto da reportagem anexa, percebemos a ternura e o sentimento de amor que esta irmã devotou nos anos que serviu como mãe de santo. Recebendo todos com profundo carinho para, no final da sua vida, do alto de seus 90 anos, ter a tristeza de ser perseguida e difamada de forma covarde e profundamente injusta.
Preguemos a paz. O fundamento básico, de qualquer religião, é o amor.
Camaçari: ialorixá morre após suposto ato de intolerância religiosa
Testemunhas afirmaram que a líder religiosa passou mal e sofreu um infarto, após insultos.
Postado em 2 de junho de 2015 por Carolina Motta em Camaçari, Cidades
O caso da morte da sacerdotisa será acompanhada pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado.
Mildreles Dias Ferreira, conhecida como Mãe Dede de Iansã, de 90 anos, morreu na madrugada da última segunda-feira (1), após sofrer um infarto. De acordo com informações de amigos e pessoas ligadas à líder religiosa e fundadora do terreiro Oyá Denã, localizado na comunidade de Areias, Mãe Dede passou mal, após atos de intolerância religiosa.
Mãe Dede de Iansã era considerada a ialorixá mais antiga de Camaçari
Que engraçado, porque não fala dos intolerantes contra os cristãos? Com os evangélicos? Ai ai ai….que nota doentia. Se houve algum crime que se investigue e puna, mas não venha com este chororo de “intolerância”….já resta provado quem são os intolerantes….são justamente aqueles que em nome do bem não respeitam divergência, que querem impor suas agendas….estes são intolerantes. O resto é coisa de mané que quer dividir a população, inventar guerras religiosas, sexuais, raciais(não gosto do termo) e de condição social, para aparecerem como os bons da bola, que amam o próximo. Os famosos inteligentinhos…. Amam o mundo, e odeiam o indivíduo, a liberdade e a democracia! Saiam fora seus ze roelas, vocês só tem voz nos seus meios! Ainda bem
Não imaginava que tinha gente desse nível que lê a tua coluna Zé Beto (tenho a impressão que não lê, mas sim patrulha). As coisas estão se complicando e pelo andar da carruagem o desfecho não será nada bom. A exploração da ignorância assim como o uso de meios para que ela não se extinga e continue aumentando é deveras preocupante. As agressões estão saindo do debate para a agressão física. Urge a necessidade de reação para que as coisas não saiam dos direitos constitucionais. Comentário como esse não merece contestação, mas sim compreensão, pois a ignorância está ali estabelecida.
É sempre bom lembrar que a “santa” inquisição foi fundada com o objetivo de “converter” os “infiéis” e que no seu início não matava ninguém. Somente muitos anos após sua instituição passou a queimar quem não aceitava a “verdadeira fé”. A evolução foi lenta e gradual, como estamos revendo agora.
É sempre bom lembrar que a “santa” inquisição, no seu início, tentava “converter” os infiéis. Somente depois de vários anos é que passou a queimar aqueles que não se convertiam e não aceitavam a “verdadeira fé”. A evolução foi lenta e gradual, como parece estar se repetindo agora.
Ah é mas aquela transexual pode sair travestida de Cristo Crucificado não é mesmo? Este também não é um caso de intolerância religiosa? Em Pindorama sempre foi assim, dois pesos e duas medidas, se o povo se indigna fica horrível, senão “não dá nada mesmo”. A intolerância não é uma questão só pessoal, ela é também coletiva, quando a sociedade não se indigna podem se cometer todos os tipos de atrocidades, como no caso desta senhora, e fica por isto mesmo . “Não dá nada mesmo”. Até quando vamos continuar neste estado de coisas?
Se eu entendi bem, o sr Antônio, se refere ao meu comentário… Hum, deixa eu ver se eu entendi…. O meu comentário que gera intolerância? Gente do “meu tipo” que explora a ignorância? Pessoas que discordam de outros que são os intolerantes, é isso? Hum…então mostre com números por favor aonde que existe uma guerra religiosa no Brasil….são justamente os tolerantes como você, que está se dizendo, que promove as maiores atrocidades… Sugiro um artigo que está no midia sem máscara, a respeito ai sim de uma guerra religiosa, onde as maiores vítimas (veja só) são cristãos… Ai ai…mas segundo os inteligentinhos, aqueles que ousam criticar comentários, e ilações, inclusive ignorando que eu defendi punições aos eventuais delitos, que sou o problema….faça o favor…pelo menos por enquanto e, e ainda bem, vivemos uma democracia…quem está patrulhando comentário alheio não sou bem eu….
E outra… Antônio, que grande exemplo de tolerância, de alto nível, chamar outros que não concordam com seus pontos, de ignorantes….chega a ser bizarro… Vai la, continue com esta sua demonstração de caráter, protegendo a humanidade, (hahahahaha)….. Ainda bem que não temos que pedir sua licença para exercer o livre arbítrio, acho que se existe um ser ignorante aqui, bom…não sou eu…
Forçação de barra essa de dizer que uma senhora de 90 anos morreu “segundo testemunhas” depois de sofrer atos de intolerância… Faça-me o favor… Os cultos afro sempre gozaram de status de “cultura popular” no Brasil, há total liberdade, inclusive para sujar, digo, opôr suas oferendas em esquinas e cachoeiras… Na Bahia é quase religião oficial, em qualquer cidade existe terreiro…Agora por conta de dois ou três atos de fanáticos a imprensa faz barulho desproporcional (dá mais polêmica).
Quando alguns aloprados escarnecem da religião afro, eles também estão errando tanto quanto um travesti crucificado está, tanto quanto uma charge de Maomé em zombaria, tanto quanto alguém generalizar e chamar todos os evangélicos de ladrões ou de trouxas.
Não generalizem senhores, vitimismo não é honesto.
Intolerância religiosa é o que é feita em Cuba, em alguns países islâmicos e por alguns ateus militantes…
Aqui até o santo daime é religião.
Mas não queiram domar a opinião das pessoas. Como em qualquer outra situação, há quem goste e quem não goste.
” El autoritario y el fanático toman a lo diferente como injusto, porque es un agravio a su ego.” – Luis Kancyper