de Dalton Trevisan
Não tem café. Nem uma bolacha mofada. Uma única salsicha. Na despensa a lata esquecida de milho verde.
Todos os copos – até os de brinde – usados na pia. Enche na torneira o menos sujo, merda de água, podre de cloro.
No banheiro, mãos no azulejo plantadas, urina longamente. Arrepiado ao pensar no banho frio, ninguém para ligar o aquecedor, quando havia aquecedor.
Na toalha, o bafio da cadela molhada.