No dia 1 de novembro de 2009 este blog publicou o seguinte:
Capturado e enviado pelo leitor Gilberto Bonassa no blog “Esquerda, direita, centro”, de Malu Gaspar, chefe da sucursal da revista Exame no Rio de Janeiro:
Dossiê na caixa
A diretoria da Caixa Econômica Federal vive dias de tensão. Circula entre diretores do banco um dossiê atribuindo a um grupo conhecido internamente como “República do Paraná” o controle (e o mau uso) das verbas de publicidade da instituição. A tal república seria formada pelos petistas André Vargas, que é deputado federal, e Nedson Micheleti, ex-prefeito de Londrina e funcionário de carreira da Caixa. Ambos são ligados ao ministro Paulo Bernando, que também é petista e paranaense. Vargas, inclusive, foi coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo, ao governo do Paraná.
O documento afirma que os políticos comandam o superintendente de comunicação e marketing, Clauir Santos, responsável pela aprovação das campanhas publicitárias do banco. Afirma também que o grupo tem uma ligação especial com outro personagem, o publicitário Ricardo Hoffmann – que, apesar da coincidência de sobrenomes, não é parente da mulher do ministro. Hoffmann é chefe do escritório brasiliense da BorghiErh/Lowe, uma das três agências que ganharam, no ano passado, a conta de publicidade da Caixa, um contrato de 260 milhões de reais. É a BorghiErh/Lowe que faz, por exemplo, as campanhas das loterias, que só neste ano já consumiram 40 milhões de reais.
A assessoria de imprensa da Caixa diz não ter conhecimento do dossiê e afirma que a contratação da BorguiErh/Lowe foi feita por licitação pública. Mas fiquei curiosa para saber mais sobre os personagens envolvidos. O que descobri: o ex-prefeito de Londrina, Nedson Micheleti, foi condenado no ano passado, em primeira instância, à suspensão de direitos políticos e pagamento de multa por fazer publicidade indevida de sua gestão. Ele recorreu da decisão. Clauir Santos realmente foi indicado pelo PT do Paraná para a superintendência de marketing.
O publicitário Ricardo Hoffmann é gaúcho, mas atuou por muitos anos no Paraná, onde trabalhou na campanha de Roberto Requião a governador, em 1982. E a BorguiErh/Lowe, para onde Hoffmann se transferiu em 2007, teve uma ascensão impressionante nos últimos três anos. Em 2006, quando fundiu-se com a inglesa Lowe, era uma agência regional, pequena. Foi crescendo e, nos últimos 12 meses, passou de 15ª para a quarta maior agência do Brasil, segundo o ranking do Ibope Monitor. A agência conquistou a conta da Caixa há um ano, em setembro de 2008 (assim como a do UOL, da Knorr e da BIC, por exemplo). Em agosto, a concorrência chegou a ser suspensa pela 3ª Vara Federal de Brasília, depois que uma agência derrotada, a Giovanni+DraftFCB, alegou ter havido favorecimento à BorghiErhLowe. Como as duas são ligadas à mesma multinacional, a Interpublic, a reclamação foi retirada 24 horas depois da decisão judicial. Procurado, Hoffmann não quis falar sobre o assunto.
Não é parente? Seria então algo parecido com o “primo” gozado, quando é deum lado não é parente, q