10:57Relatório do TC mostra telhado de vidro da Baixada

O Tribunal de Contas do Paraná informa:

Novo Relatório do TCE aponta falhas na liberação de recursos para a “Arena”

Recursos emprestados sem a devida garantia; desapropriações pagas com recursos públicos não ressarcidos por beneficiário privado; despesas realizadas pelo erário sem a devida prestação de contas; parcelas de financiamento liberadas sem a comprovação de que as obras foram realizadas. Essas as principais irregularidades na ampliação e reforma do Estádio Joaquim Américo – a “Arena da Baixada”. As falhas foram apontadas no Relatório de Auditoria nº 13, elaborado pela Comissão de Fiscalização da Copa 2014, do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

O Relatório, que marca o fim dos trabalhos da Comissão relativos à “Arena da Baixada”, está disponível na internet, em www.tce.pr.gov.br, na aba “Imprensa”, “Copa de 2014 – Relatórios e Atas”. Com 254 páginas, o estudo faz uma descrição detalhada da execução da obra até dezembro de 2014. Quanto aos documentos de caráter jurídico e informações contábeis, elas estendem-se a janeiro de 2015. A praça esportiva recebeu quatro partidas do torneio mundial de futebol.

Valor

O valor final do empreendimento, de R$ 346,2 milhões, ainda está em aberto. É preciso contabilizar, ainda, os tributos vencidos, que incorrerão em multas e juros. Sem falar na existência de ações judiciais em andamento, referentes a cobranças de fornecedores. Adicionalmente, há, pelo menos, outros R$ 40,6 milhões não incorporados ao custo final, relativos a desapropriações, obras civis e melhorias na edificação.

 Multas a gestores públicos, restituição de valores ao erário, instauração de tomada de contas extraordinária e denúncia ao Ministério Público por improbidade administrativa estão entre as sanções propostas pelo TCE no documento. Um novo estudo, específico sobre as obras de mobilidade urbana relativas à Copa, deve ser divulgado pelo Tribunal de Contas em data a ser definida.

Desapropriações

Após discorrer sobre a execução do empreendimento, os técnicos do Tribunal apontam quatro achados – falhas na atuação dos órgãos públicos sob jurisdição da Corte. Cada um deles é objeto de uma determinação.

A Prefeitura de Curitiba, por exemplo, deve comprovar ao TCE que a CAP S.A. ressarciu o erário da capital pelas desapropriações que o município realizou para as obras. Em abril de 2014, o valor envolvido na operação totalizava R$ 17,3 milhões. CAP S.A. é a Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada pelo Clube Atlético Paranaense para gerir o empreendimento.

Garantia precária

O governo estadual também falhou no controle dos recursos públicos investidos no estádio. Passados nove meses da realização da Copa do Mundo na cidade, a Fomento Paraná, agência de financiamento do governo estadual, ainda não comprovou a recomposição de garantia do Contrato de Financiamento nº 003/2013, cujo valor repassado à CAP S.A. foi de R$ 65,3 milhões.

Como parte da garantia, a CAP S.A. apresentou à Fomento Paraná a antecipação de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2012 a 2015, totalizando R$ 39,2 milhões. O primeiro problema – já apontado pelo TCE no Relatório nº 11, divulgado em março do ano passado – é que a emissora de televisão cessionária dos direitos não havia autorizado formalmente a sua utilização como garantia.

Em abril do ano passado, a CAP S.A. solicitou ao agente financeiro a substituição da garantia pela hipoteca do Estádio Joaquim Américo. Porém, não averbou o procedimento junto ao registro de imóveis, “situação que fragiliza o Contrato de Financiamento nº 003/2013”. Ou seja, a Fomento Paraná não tem assegurado o recebimento do ativo, em caso de inadimplência da SPE.

Centro de Imprensa

            Questionadas pelo TCE, a Prefeitura de Curitiba e a Secretaria Municipal de Urbanismo não informaram sobre o investimento realizado na tenda que abrigou os profissionais de imprensa durante as transmissões dos jogos, o chamado “Centro de Mídia”. A estrutura – composta por geradores, equipamentos de transmissão, salas com terminais de computadores e outras instalações – foi disponibilizada pelo poder público municipal. Segundo o Relatório do TCE, o empreendimento constitui “provável dano ao erário, caracterizado pela aplicação de recursos públicos da administração municipal em benefício de terceiro”.

            Finalmente, a equipe de fiscalização do Tribunal constatou que recursos do Contrato de Financiamento nº 4, no valor de R$ 65,5 milhões, foram liberados pela Fomento Paraná sem que fosse comprovada a conclusão de obras e serviços. O fato caracteriza “permissividade quanto ao cumprimento dos compromissos estabelecidos”.

            O Relatório nº 13 do TCE irá a Plenário em data ainda a ser definida. Cópias do documento serão encaminhadas para conhecimento de vários órgãos envolvidos no controle e execução da obra, como o Ministério Público Estadual.

4 ideias sobre “Relatório do TC mostra telhado de vidro da Baixada

  1. toledo

    Zé, os Poodles podem ficar tranquilos, o Moro não vai lançar a Operação LAVA TETO, ele também torce pelos Poodles. Pode ser que ele aprove um AUXILIO TETO para os Poodles pagar a conta, deite de durma Zé.

  2. Miguel Orleryk

    O que mais chamou minha atenção foi a intenção do Presidente da Arena Sr. Mário Celso Petralha em utilizar-se ao máximo dos recursos públicos antes do início das obras. E infelizmente os setores públicos notadamente os estaduais, foram os que mais colaboraram de maneira escusa com a cessão do dinheiro público de forma menos exigida e menos controlada, o que fez com que negociatas iniciais e financeiras nasceram com a despesa original de cerca de acredito R$ 100 mil reais e foram cedidas ao CAP de maneira ilegal e superior as necessidades reais e necessárias para as obras.
    As mais de 3 ou 4 vezes cedidas com dinheiro se tornaram negociadas com o CAP e que foram repassadas a pessoas que se beneficiaram com o dinheiro.
    Infelizmente as maiores cessões e ajudas foram concedidas por um dos funcionários públicos responsável pela empresa com as maiores ligações com os financiamentos totalmente ligados ao CAP e que colaborou com a negociata fora dos critérios profissionais.
    Lamentável… E a informação do TCE deveria ser mais honesta e deveria alijar os nem tanto honestos a não ter acesso a todo o recurso fora das obras!!

  3. Philip Mortimer

    Logo logo os atleticanos vão usar a tática petista: a melhor defesa é o ataque. Vão dizer que o TC está nas mãos de coxas, blá,blá,blá. Só para constar: o governo que aprovou os gastos na arena tinha os seguintes personagens: Mário Celso Cunha, Roberto Requião, Orlando Pessutti, Nelson Justus (presidente da assembléia), Alexandre Cury (primeiro secretário da assembléia), L.C. Romanelli (líder do governo na assembléia). Coincidentemente todos atleticanos. Alguns com assento no conselho do clube. Mera coincidencia. Eles fizeram tudo pensando na grandeza do esporte do Paraná, do Brasil e do Mundo…

  4. Raphael Junqueira

    Onde que vc aprendeu a escrever desse jeito, Miguel?
    Não dá pra entender nada, kkkkk!
    Foi a Dilma que te ensinou oratória?

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