por Ayrton Baptista Junior, o Tusquinha:
Não dá para culpar o júri de samba, ao qual não cabe ser fiscal de renda, se a campeã Beija-Flor foi abençoada pelo ditador da Guiné Equatorial. No entanto, há uma solução para evitar novas alianças com nefastos estrangeiros: retomar a regra que limitava os enredos a temas brasileiros. O que, aliás, não impede que uma ou outra ala pratique um “revisionismo” capaz de elaborar um florido Eu Te Amo, Meu Brasil do AI-5! Eu Te Amo!
Por mais escandaloso que pareça, a Beija-Flor já causou desfiles mais impactantes. Numa escala Joãosinho Trinta (“Pobre gosta de luxo!”), o deste ano foi nota 7. Bonito, correto, mas sem originalidade. A única novidade da coleção foi gerar a inconveniente saudade da sem lei dos bicheiros, que fizeram a Sapucaí crescer mais do que na prancheta de Oscar Niemeyer, que a transformou em Sambódromo.
Dinheiro sujo no carnaval carioca é artigo eternamente digno daquela resposta de Dom Hélder Câmara sobre a situação atual do país: “Eu sei, tu sabes, ele sabe, nós sabemos, vós sabeis, eles sabem”.