por Zé da Silva
Capricórnio
Bate-bate. Bati. E saí atrás dos acordes da banda. Asfalto quente. Sol pelando. Bate-bate é líquido. Leitoso. Vem do peito de um povo. Que bebe para esquecer. Veja lá o carro sem portas, sem capota! Cheiram lanças. Avançam pela ponte onde vai morrer Chico Science. Olinda, quero cantar! Faz tempo. Viajei na luz de um ônibus. Expresso 222. Passei em Bonsucesso e estou aqui depois. Quantos anos? O fruto gerado tem a cor negra que vejo sempre contra o verde do mar que segura a colina. Carrega na alma a poesia dos casarões, das igrejas, do profano, do delírio, do bate-bate. Batida. Doce, inebriante. Carnaval. Faz tempo, mas o frevo freve aqui dentro, como nós sempre dizemos.