por Janio de Freitas
Os 50 anos da morte do poeta Augusto Frederico Schmidt levam a uma lembrança breve de sua presença peculiar, muito influente, por exemplo, em Juscelino.
O programa da inauguração de Brasília incluiu um momento depois muito celebrado, pela beleza comovente. Foi o discurso do candango, como eram chamados os operários da obra, em nome de todos os que trabalharam, com mínimos descansos, para erguer a Nova Capital. Quem o escreveu não foi o candango, foi Schmidt. E o candango não era. Foi levado do Rio. Era o barbeiro de Schmidt.
A morte de Schmidt deu-se em situação privilegiada, mas não publicável na época. Suponho que nem o foi depois. Por coincidência, os 50 anos dessa morte caem na entrada do Carnaval: seu coração não resistiu quando o gordo e rico poeta, digamos, versejava com certa madrinha de bateria. Infarto. Não era para menos.
*Publicado na Folha de S.Paulo
Morrer furunfando um pandeiro de rainha de bateria. Poesia pura…