Tramita na Câmara Municipal de Curitiba um projeto de lei que estabelece multa a quem for flagrado consumindo droga em locais públicos. Hummmmmmmm. Quem for pego fumando um cigarro de maconha (pode ser até uma bagana), por exemplo, terá de pagar quinhentão e será obrigado a comparecer a cinco reuniões de grupos de mútua ajuda ou cursos educativos sobre dependência química num prazo de três meses. O pai da ideia é o vereador Tico Kusma. Às considerações: quem se droga em praça pública é um durango kid e, provavelmente, já está de miolo mole por causa do vício. Obrigar dependente a frequentar reunião de Narcóticos Anônimos (NA) ou algo parecido é a mesma coisa que pedir para evangélico radical comparecer a terreiro de umbanda. Quem gosta de fumar um, por exemplo, pode perguntar porque o vereador não incluiu os dependentes de álcool que estão nas ruas no projeto. Qual a diferença de um dependente de droga ilícita de um de droga lícita? Tal lei não deixa de ser repressiva – e política de repressão contra uso de drogas é tão eficiente quanto estancar alta da maré. Pergunta-se: existe algum programa de prevenção ao uso de drogas que faça parte do currículo da rede municipal de ensino? Quais as leis que a Câmara Municipal já aprovou para que os curitibanos saiam das trevas da desinformação sobre o assunto? O que os vereadores já fizeram para aumentar o número de vagas na rede de Saúde para internamento e tratamento dos portadores desta doença incurável? Estabelecer multa soa como mais um meio de arrecadação ou de punição – o que, neste caso, tem um ranço preconceituoso, ou seja, um lugar comum para quem desconhece o problema.
Muito acertadas as suas considerações. A Câmara de Vereadores de Curitiba, como a maioria das Câmaras ( e Assembléias Legislativas) no Brasil adentro, sofre de ignorância, hipocrisia, omissão, covardia e outros adjetivos que se aplicam perfeitamente à maioria dos legisladores, mas que o respeito ao blogueiro e aos seus leitores não me permite escreve-los aqui. Um projetinho de lei à altura de seu mentor.
E pensar que este vereador ganha um salário altíssimo para propor esta aberração. Já que ele não pensa, que tal contratar uma assessoria que pensa….
O tico de estar sem o teco, para propor uma besteria dessas.