Do Filósofo do Centro Cínico
Ainda bem que a presidente Dilma vai investigar o escândalo da Petrobras, doa a quem doer. Certamente repetirá a famosa cena de um filme de Woody Allen onde, num julgamento, ele faz a pergunta, como advogado, e corre para o banco dos réus para responder.
É exatamente aí que mora o perigo. Lembram do caso mensalão, ” não sei. não vi nada, eu não sabia, fui traído” e outras frases. Se dependesse do governo na época da bronca do mensalão a coisa teria dado um “CHUÁ”, ou seja nada. Portanto dizer que agora o governo vai investigar, quando a PF já denunciou várias pessoas, quando tem gente presa, quando abortaram uma CPI e esvaziaram tudo que foi possível, quando sempre afirmaram que não havia provas. Acho que a coisa vai longe. Seria melhor o governo não meter a mão e deixar a PF de forma tranquila tocar o caso para frente, bem como a CPI sem interferência de bancadas governamentais que a coisa vai, não acredito que vai ser “doa a quem doer, cortaremos na própria carne”, frases bonitas mas ao vento sem resultados práticos. Notem, que já com Delúbio , Zé Dirceu, Genoíno e outros ninguém do governo falou nada, e agora a mesma história se repente, João Vacari, tesoureiro do PT, demorou para sair do Conselho de Itaipú Venham a público explicar como a situação ficou assim, como o Conselho da Petrobrás nada ficou sabendo, não que tenha participado, mas não percebeu em avaliação de custos, balanços e despesas exageradas que alguma coisa estivesse errada ? O que não vale agora falar de mensalão do DEM, se houve e os indícios e processos afirmam que sim, então porque o governo não interferiu, seria então uma prevaricação? Assim se espera que o governo cumpra com o que prometeu e não interfira em nenhum setor mesmo quando ele fosse o investigado. Não interfira com a imprensa, pois se quer ser mesmo uma democracia lembrem o caso Watergate. Nixon renunciou a partir de uma investigação do Washington Post, mas estamos falando dos Estados Unidos.