Perguntaram uma vez a Ben Bradlee se ele preferia um jornalista formado na universidade ou alguém sem diploma mas com talento para a profissão. Ele disse que ficava com a segunda opção pois em seis meses de redação ele conseguiria formar o repórter. A biografia sobre este excepcional jornalista, ao que se sabe, não foi publicada no Brasil. Anos atrás um editor que morava em Curitiba tinha os direitos sobre o livro. Procurou o signatário para intermediar contatos com publicações nacionais interessadas na história. A revista Época abriu um grande espaço para o que viria. O jornal O Estado de São Paulo também. Não veio nada. Bradlee, se soubesse da história, diria que era o exemplo clássico do que não se deve fazer em jornalismo.
O jornalismo brasileiro carece mais de caráter e dignidade do que diplomados cuja grande maioria, está mais preocupada em ser famoso e reconhecido na quitanda da esquina do que ser um jornalista ético e engajado com a verdade. Talento não se diploma, tem-se ou não. Aqui no Paranhão o nosso equivalente de Ben Bradlee era o saudoso Mussa José Assis. Muitos sem diploma, mas com talento foram crias dele. E não o decepcionaram, tampouco aos leitores.
O Indignado, se acalme, vote na Dilma.