por Juca Kfouri
Aécio Neves pediu a seu eleitor Ronaldo Fenômeno que tentasse uma aproximação com o pessoal do Bom Senso FC. Ao mesmo tempo, telefonou para José Maria Marin, outro eleitor dele, em Pequim, desejando-lhe sorte antes do jogo contra a Argentina e, depois, parabenizando-o pelo resultado, segundo a CBF divulgou.
Na reinauguração do Mineirão, em abril do ano passado, Marin participou das homenagens a Aécio e o sítio da CBF também noticiou com destaque, coisa que o político escondeu em sua página ao ocultar tanto a foto quanto o nome do cartola.
Atitudes que fazem parte do jeito dele de ser, mineiro, maneiro e, agora, marineiro.
Quando tinha apenas 25 anos, Aécio foi nomeado diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal.
Era ministro da Fazenda, no governo Sarney, seu parente, Francisco Dornelles.
Havia três anos que a revista “Placar” denunciara o caso que ficou conhecido como o da “Máfia da Loteria Esportiva” e o presidente da CEF, ex-senador por Pernambuco, Marcos Freire, determinou que o banco, até então nada colaborativo nas investigações, não ocultasse coisa alguma, até para tentar restabelecer a credibilidade da Loteca.
Aécio fez que atenderia, mas não atendeu, apesar de publicamente lembrado do compromisso pelo diretor da revista num programa, na rádio Globo, comandado por Osmar Santos.
Em 2001 quando Aécio já era presidente da Câmara dos Deputados, uma nova simulação.
Corria um processo de cassação do mandato do deputado Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama, e do mesmo partido de Francisco Dornelles, o Partido Popular.
A cassação era dada como certa até que, no dia da decisão, sob a justificativa de comparecer ao enterro da mãe de Dornelles, Aécio se ausentou e o processo acabou arquivado pela mesa diretora da Câmara.
Aécio deixou uma carta a favor da abertura do processo, sem qualquer valor prático. E deixou de votar, o que teria consequência.
Conselheiro do Cruzeiro, foi Aécio quem fez do ex-presidente do clube, Zezé Perrela, o suplente de Itamar Franco, eleito senador, aos 80 anos, em 2010, e falecido já no ano seguinte.
Tudo isso, e apenas no que diz respeito, direta ou indiretamente, ao futebol brasileiro, revela um estilo, um modo de ser.
Que não mudará, caso seja eleito presidente da República, o futebol brasileiro, como Marin, aliás, acha que não tem mesmo de mudar.
*Publicado na Folha de S.Paulo
O, Juca, Juca!!! Mas não era pra comentar sobre o jogo entre Atlético X Corínthians?! Nem uma palavra sobre os 4×1?!! Seu PETRALHA!!!
O bom da democracia no Brasil é isso, um cronista esportivo comentando assuntos políticos, fato que ele e todos nós temos essa prerrogativa, no caso do meu “xará” seus comentários em ambos os casos, na área esportiva são apropriados, ressalvando quando o Corinthians toma uma traulitada como de ontem e no político pela sua maneira de ver as coisas como todos nós , uns não gostam mesmo do PT, outros se sentem traídos pelo partido que veio lá a anos atrás com uma proposta diferente do que pratica hoje e isso deve ser pelo poder que embriagou, muitas vezes no sentido literal da palavra ( lembram da caninha 51 e da festa em Portugal), mas isso são fatos que estão aí de conhecimento público. Voltando então ao Juca com seus comentários ele faz dentro de um limite racional, agora o Lula comentar futebol é o mesmo que um elefante desfilar numa loja de cristais. Desse comentário do Juca uma parte me chamou atenção que foi a dele ter falado com um to irônico o fato do Aécio ter procurado o pessoal do Bom Senso F C, parece tão estranho como a Dilma já ter acenado e demonstrado simpatia por tal movimento.
Só falta o Cueca com Freada , convencer o Alex FC votar nele. Aí acabou o senso,