Dirceu Kruger – Foto de Maringas Maciel
Um dia escrevi sobre o ídolo que nunca vi jogar. Depois ele me deu de presente a informação de que colocou no quadro e pendurou na parede aquelas palavras sinceras publicadas em jornal. Dirceu Kruger já merecia estátua no Alto da Glória – ele que está ali há quase cinquenta anos mostrando com quanta humildade, caráter e, sim, passado de muita, muita bola, se faz um herói reverenciado por um torcedor do grande rival. A maioria dos jogadores que vestiu a camisa do Coritiba depois dele não serviria para engraxar e lustrar as chuteiras deste craque. Mas estes, que vi jogar e acompanhei nos bastidores, tinham o peito estufado, o queixo apontado para o céu e criavam uma aura que imaginavam ter por causa do carrão estacionado na garagem do clube. O grande carro de Kruger era herança do pai. E nessa ele me deu um drible. Tinha um Karman Ghia branco impecável, vendido por uma oferta irrecusável – uma história que o fã aqui só soube anos depois de azucrinar o amigo com a propaganda do interesse pela raridade. Kruger é o Coritiba em forma de gente. Um dia ele brilhou mais ainda para quem não o viu jogar ao entrar em campo para, depois de um treino, recolher as bolas e colocá-las num saco para guardar no lugar dela. O mestre mostrava assim seu respeito e carinho por quem sempre amou e respeitou – e a recíproca era mais que verdadeira. Kruger é essa figura aí do retrato magistral do coxa-branca Maringas Maciel. Preste bem atenção em seu olhar, no que passa a fisionomia, no sorriso sincero… Sabe tanto de bola que, se alguém pergunta, como fazem hoje os jovens incrédulos, se Pelé conseguiria jogar atualmente, responde, sincero: “Jogaria de costas”. Essas palavras aqui, meu amigo, são apenas uma prova da admiração, carinho e gratidão eterna por te conhecer e pelo que você é, foi e será – o ídolo que não vi jogar.
Parabéns Zé, que bela homenagem. Disse tudo, esse sim é um grande Coxa Branca, e jogava muito, eu o vi jogar
Falou e disse!!!
Kruger ao lado de Sicupira foram grandes jogadores, deveriam ter o devido reconhecimento em vida enquanto ainda é tempo, pena que os dirigentes dos respectivos clubes não reconheçam isso.
Eu o vi jogar no Britânia e depois no Coxa. As vezes converso com ele na Panificadora. Grande sujeito e boa praça.
Vi jogar, craque modesto e bom caráter. Dois episódios marcaram sua carreira, por duas contusões graves que quase o tiraram do futebol. Mas Deus e sua força de vontade fizeram justiça a ele a a todos os seus admiradores . Hoje em dia o futebol e os jogadores não são mais iguais a o que ele praticava, o dinheiro soa mais alto. Não vejo hoje nenhum dos jogadores se espelharem no Kruger, no caráter, na educação e muito menos na qualidade do seu futebol.
Grande texto, mestre ZB. O velho Krüger (com trema, embora ela não mais exista) foi e continua sendo um craque, fora e dentro de campo. Tive a alegria de vê-lo jogar e tantas vezes humilhar o meu pobre Atlético. Mas com toda a dignidade.