14:45Saravá!

O jornalista Rogerio Galindo revela no blog Caixa Zero, da Gazeta do Povo, que a vereadora Carla Pimentel (PSC) comandou os parlamentares da bancada evangélica a retirar da pauta o projeto que concede título de utilidade pública ao Centro Espírita Tribo do Caboclo Pena Branca (ver abaixo). Segundo a nota, ela fez isso porque o Pena Branca é um “centro de macumba” e acha que seus parceiros de religião deveriam votar contra. Carla, obviamente, nunca frequentou um terreiro e, como a maioria dos que “acham que” ali só se pratica o mal, age com a ignorância característica. Provavelmente ela assiste na televisão e ouve no rádio o que pastores da sua corrente religiosa fazem diariamente com a divulgação de “milagres” e deve ouvir os pedidos de doação para que, por exemplo, os milionários horários nas emissoras seja pago. Fanáticos religiosos existem de todos os tipos, como os que degolam inocentes e mostram isso para todo o mundo. Nunca se viu um macumbeiro, só para utilizar o termo que a vereadora usa de forma pejorativa, vir a público para falar um “a” contra os evangélicos, sejam eles de que igreja forem. Nenhum “macumbeiro” se acha dono da verdade divina e tenta convencer na base do cansaço o próximo a frequentar o terreiro – e não falam mal de quem frequenta igrejas ou seitas ou o escambau. Se a vereadora fosse alguém com espírito aberto, poderia se recomendar a ela fazer um descarrego. Melhor, deixa. De qualquer forma, saravá!

Evangélicos barram proposta que beneficiaria centro religioso alegando serem contra “macumba”

Antonio More/Gazeta do Povo

Os vereadores evangélicos, liderados por Carla Pimentel (PSC), conseguiram tirar da pauta por três sessões o projeto de lei que concede o título de utilidade pública para o Centro Espírita Tribo do Caboclo Pena Branca. A vereadora diz que se trata de um “centro de macumba” e acha que os evangélicos têm de votar contra a proposta (veja mais abaixo).

No primeiro turno, Carla Pimentel tinha votado contra, mas sozinha. Fez pressão nos pares, dizendo que a postura deles não era condizente com o que se espera de representantes dos evangélicos. E conseguiu que nesta quarta o assunto fosse temporariamente engavetado.

Autor da proposição, o vereador Aldemir Manfron (PP) diz que a reação do grupo evangélico foi “absurda”. “É uma instituição como oura qualquer. Eu sou católico, não tem nada a ver isso. Não podemos ter discriminação”, disse.

Manfron diz que Carla é “sua amiga” e que vai sentar para conversar com ela para resolver a situação.

carla pimentel

A nova polêmica envolvendo a bancada evangélica na Câmara de Curitiba tem a ver com um título de utilidade pública. Normalmente, a concessão de utilidades públicas é apenas uma formalidade. O vereador apresenta, vê-se se a documentação está em dia, e vota-se só para formalizar o que todo mundo já sabe: será aprovado.

Desta vez, porém, a vereadora Carla Pimentel (PSC) resolveu fazer barulho. é que se tratava da proposta de um título de utilidade pública para um centro espírita. Carla, que é da Assembleia de Deus, não apenas votou contra como nesta terça-feira passou o dia instigando os dez outros membros da bancada a fazer o mesmo.

“Três parlamentares que se dizem evangélicos votaram a favor, dois não votaram (saíram do plenário de propósito no momento da votação), e outros cinco se abstiveram (ou seja não quiseram votar)”, diz o texto colocado pela vereadora no Facebook. Perceba que ela diz que os demais, por não terem votado contra, apenas “se dizem evangélicos”. como se a votação contra o projeto fosse pré-requisito para ter direito à religião.

Mais: a vereadora diz que o projeto é favorável a um “centro de macumba”. Macumba é o nome antigo e preconceituoso usado para religiões de origem africana, como o candomblé e a umbanda. “Se somos representantes do segmento evangélico precisamos ter posicionamento e votar de forma que possamos ecoar a voz, a vontade desta parcela da população. Jamais vou me omitir ou ficar em cima do muro”, afirmou Carla Pimentel.

No final das contas, na primeira votação o projeto de Aldemir Manfron (PP) em favor do Centro Espírita Tribo do Caboclo Pena Branca foi aprovado com apenas 20 dos 38 votos. Agora, o projeto vai à segunda votação.

 

9 ideias sobre “Saravá!

  1. Liberdade

    É a disseminação do ódio. Hitler, Mussolini e Stalin fizeram isto ! A Constituição proíbe isto ! O fanatismo e a ignorância se encontraram neste encruzilhada que se chama Câmara Municipal de Curitiba. Alguns setores do neopentencostalismo estão com rádios, televisores, postos políticos e estão transformando o Brasil num grande Islã da ignorância, do fanatismo e da ignorância religiosa.
    Chega !!!!!!!!!!!!

  2. Wagner

    A Câmara de Vereadores é igual a Assembleia, só serve para votar título de cidadão honorário e esses títulos de utilidade publica que só tem o nome de utilidade. Enquanto isso a prefeitura passa por dificuldades financeiras, e não se vê um vereador pedir explicação para essa situação. Fora outras questões que afligem todos nós contribuintes como a situação do trânsito que cada dia piora, mas nada disso é importante para os nobres vereadores da capital…

  3. Franco

    Sou daqueles que a rotulagem chama de “evangélico”, e digo com toda a certeza do mundo que esse tipo de pensamento da vereadora não me representa, não representa a doutrina que professo, não representa a maioria dos cristãos e, arrisco dizer, não representa o que pregou o Senhor Jesus. Isso é religião e não cristianismo.

  4. oto lindenbrock neto

    Grande ideia da vereadora! Que tal obrigar os umbandistas a usarem uma braçadeira para que sejam identificados facilmente. Ela poderia apresentar um projeto criando campos de reabilitação para os não pentecostais. Os “do mundo”, como eles se referem aos não crentes. Aleluia!

  5. Estatística

    Ela é da turma que quer “ganhar Deus no grito” e que acha, como a música do Roberto Carlos, que tudo que é bom é imoral, é ilegal ou engorda.

    Ela esquece que a liberdade de crença é um direito constitucional de todos nós e que pode ser processada por discriminação e ofensa.

    Seria um bom começo para baixar o facho desse pessoal.

  6. mauricio

    Li a poucos dias, não lembro bem onde, que todos somos ateus diante dos deuses dos outros. Diante de meu agnosticismo radical, resta-me mandar todos os fanáticos religiosos para a tonga da mironga do kabulete.

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