por Fernando Canzian
É maravilhoso assistir ao horário eleitoral gratuito do PT e lembrar de como o partido reclamava das “mentiras” do que chama de imprensa golpista –ou “PIG” (Partido da Imprensa Golpista).
O que Dilma Rousseff e sua campanha vêm fazendo contra Marina Silva é desonesto, algo de que a presidente e sua biografia deveriam se envergonhar.
A peça publicitária em que uma família vê a comida desaparecer do prato caso Marina adote a autonomia do Banco Central é espantosa. Não só pelo fato de sob Lula e Dilma os bancos terem tido os maiores lucros da história e a inflação ter voltado com força no atual governo.
Mas, pela reprodução da campanha do medo que o próprio PT sofreu e se ressentia cobrando ética na política. O que não fazem poder, cargos e milhares pendurados em um governo.
Azar da maioria democrática e ignorante que engole permissividades do sistema eleitoral.
Já a força do “PIG” teve seu auge durante as acusações e processo do mensalão. Pilhas de documentos e centenas de horas de julgamento condenaram a cúpula do partido.
Agora, o PT está emaranhado novamente em acusações envolvendo a Petrobras. Seria a volta do “PIG”?
A pergunta que cabe é se Marina Silva faria algo diferente de PSDB e PT se tivesse mais tempo na TV e estrutura além da sua atual “caravana holiday” eleitoral. Dificilmente. O problema é estrutural.
O Brasil voltou a ser uma das maiores democracias do mundo já há 25 anos, com eleições a cada biênio. Neste ano, R$ 6 bilhões, a maior fatia com pessoal, serão gastos pela Justiça Eleitoral com todo o processo.
Temos de conviver com propaganda enganosa?
*Publicado na Folha de S.Paulo
E tem gente que se acha séria e honesta que acredita em propagandas como esta. Hajam capachos e fãs neste País.