7:55Fora da Copa, dentro do padrão Fiofo

Atlético Paranaense e Coritiba estão fora da Copa do Brasil. Os Coxas reclamam que foram garfeados  pelo juiz no Maracanã contra o Flamengo. Os atleticanos lamentam a falta de sorte na vitória de 2 a 0 para o América de Natal (precisava de 3 gols para levar a disputa aos pênaltis). No caso rubro-negro a pergunta é: como o time levou de três no primeiro jogo de daquela tosca equipe nordestina? A resposta: o Atlético só é um pouco melhor tecnicamente e corre muito mais. O retorno da torcida que pode pagar ao estádio Joaquim Américo mostrou também que o tal padrão Fifa virou padrão Fiofo. Há problemas para estacionamento – e quem chegou em cima da hora confiando no lugar assegurado pela cadeira paga religiosamente se ferrou. Primeiro porque havia uma confusão generalizada na entrada principal do estádio e nada de orientação. Formaram-se filas gigantescas, o jogo começou e só houve uma liberação, sem revista, porque correu-se o risco de invasão. Muita gente perdeu de ver o primeiro gol atleticano. Lá dentro, outro problema. O setor 116, por exemplo, que começa ao lado de onde fica a torcida organizado Os Fanáticos, foi invadido e tentar achar o lugar e tirar quem estava sentado nas cadeiras era arriscado. Outra coisa que não dá para entender: torcedor paga uma fortuna para ver o jogo de forma confortável mas, naquele setor, que fica na parte inferior das arquibancadas, só é possível assistir a partida em pé porque convencionou-se que ali é assim mesmo. Ou seja, as cadeiras ali são enfeite. Expressionante!

Segue o texto da carta que o publicitário João José Werbitzki, o JJ, enviou a Mario Celso Petraglia e Mauro Holzman depois do sufoco que passou ontem à noite na Baixada:

Srs. Mário Celso Petralia e Mauro Holzman

Clube Atlético Paranaense

 

Não posso mais ir à Arena da Baixada.

Não posso mais ir na Arena da Baixada, do meu Atlético Paranaense – time pelo qual torço com todo meu coração desde 1957.

Ontem, fui, com a certeza de que iria encontrar no mínimo o conforto que tinha antes, há 3 anos, na Arena de então. Primeiro, não pude entrar pelo sub-solo para pegar um elevador. Tive que andar toda a frente da Av. Getúlio Vargas (não em permitiram entrar pela Getúlio, onde há uma rampa para baixo). Andei, sofrendo dor, o quarteirão todo, para depois descobrir que não tinha elevador para o piso superior da Getúlio, dos Sócios Furacão – aqueles idiotas que como eu ficaram 3 anos pagando mensalidades sem benefício algum – nem ver time em instalações dignas. Na chegada, apreenderam meus smartcards (2), que haviam sido liberados anteontem à noite – sem justificativa. Depois me explicaram que houve clonagem de smartcards, mas meu nome não estava na listagem onde fomos conferir.

Bem, e os elevadores? Todos sem funcionar, a não ser os do lado VIP e o que dava acesso aos camarotes da Getúlio (que não sobem mais até o terceiro andar – onde minhas duas cadeiras estão). Andamos por tudo, com a boa vontade do Henrique, que não conseguiu solução. Nem uma cadeira de rodas emergencial a moderna Arena da Baixada tem. Nem no ambulatório!

O jeito foi assistir à partida no piso inferior da Getúlio – onde ninguém fica sentado. E eu não posso ficar o jogo todo em pé, com meus 4 dedos do pé esquerdo amputados e em processo final de cicatrização. Acabei indo ver o jogo no escanteio, atrás do gol da Petit Carneiro…longe de banheiros (os quais estavam mais do que imundos depois do intervalo, sem faxina alguma, piso escorregadio, um chiqueiro – comm tantos funcionários na Arena, que custa ter faxineiros nos banheiros?).

Acabada a partida, com a emoção dos últimos minutos e a tristeza de mais uma desclassificação para um time fraco, em casa, fomos sair pela Cel, Dulcídio – onde só tem saída com escadaria!

E, no início das escadas, no escuro, meu pé em recuperação caiu num buraco de um cano de águas pluviais largo e sem tampa. Machuquei meu sofrido pé…e quem vai se responsabilizar?

O Atlético do Sr. Petraglia, que nos entregou uma Arena pior do que a que tivemos na Copa do Mundo, gerenciada pela Fifa – sem elevadores para idosos e pessoas com dificuldades de locomoção e ainda com a armadilha de bueiro sem tampa no início de uma escadaria, no escuro?

O buraco sem tampa está na esquerda do alto da escadaria (mas agora vão colocar tampa). Onde estava a inspeção dos Bombeiros?

Arena sem lanchonetes, sem comida para quem saiu do trabalho e foi direto torcer pelo Furacão. Isso é de Primeiro Mundo? Disseram que era problema com a Saúde Pública..mas como na Copa funcionou?

Vou buscar meus smartcards, daqui uns dias, mas não vou mais na Arena da Baixada, porque, infelizmente, ela não me oferece condições de conforto, acessibilidade e segurança.

E sou sócio Furacão, assim como meus filhos, há mais de 10 anos, desde que inauguraram a primeira fase. Já era sócio desde os anos 70. E vou continuar sendo, para poder votar contra este presidente que prometeu o mundo e não entregou nada como deveria.

Não deixo de ser atleticano, nunca!

Deixo de ir à Arena do Petraglia, que não se preocupa com os idosos, nem com quem tem dificuldades para caminhar e subir escadarias. Lógico que há lugares para cadeirantes, mas este não é mais o meu caso. Consigo caminhar, com dificuldade e lentamente, não não posso mais subir escadas.

A Arena está bonita, muito embora ficasse evidentemente mais quente com cadeiras vermelhas. Mas não está pronta, ainda – por incrível que possa parecer, mesmo depois da Copa. Pena.

Quem pagou todos estes anos merecia uma Arena da Baixada pronta, inaugurada com pompa, com todo conforto e segurança – o que não é fato. Coisas de um presidente que acha que sua torcida é uma falácia e que não entende, nem gosta, desse tal de futebol. Profundamente lamentável, como diria meu saudoso amigo Lombardi Júnior.

Quanto ao jogo, faltou pressão do time, não da torcida. Marcelo continua jogando nada, falta o Paulo Baier no meio e o Manoel na defesa, além do Mancini como técnico. Jamais entenderemos porque Petraglia desmanchou aquele bom time do ano passado! Nossos meninos têm futuro brilhante, mas faltam talentos maduros em campo, para reger a orquestra. Mas o presidente não entende nada disso, nem quer. Que se dane o time! Emprestar o Manoel para ser reserva no Cruzeiro deve ter sido um ótimo negócio, para o Cruzeiro. Que se danem os sócios e torcedores!

Estou com raiva de mim, por ter acreditado que iria a uma Arena da Baixada que me proporcionaria conforto, acesso e segurança. Que merda!

JJ

 

 

PS.: Passei a madrugada com dores, mesmo depois do curativo. Na verdade, parece que abriu minha ferida, ter caído naquele bucaco no alto da escadaria da Cel. Dulcídio. Vou avaliar de novo, ainda hoje, Mal dormi, de tantas dores. Um absurdo. Como lamento ter ido! E como lamento que os atleticanos não percebam que o Petraglia está (desculpem o termo) cagando e andando para os sócios – em especial os mais velhos atleticanos e os que têm dificuldade locomotora. Não fui só eu quem teve dificuldades ontem na Arena da Vaixada. Não ofertar elevadores para os sócios mais idosos é um crime – ainda mais porque antes havia e funcionavam bem. O texrto acima e este comentário estão sendo enviados ao presidente e ao seu marketing, para que providências sejam tomadas e os defeitos corrigidos.

9 ideias sobre “Fora da Copa, dentro do padrão Fiofo

  1. Edson

    Pois e !
    Pela terceira vez o Coritiba foi vitima do apito amigo nessa competição. A saber: Palmeiras, Vasco e agora flamengo.
    Duas penalidades inventadas e, com certeza, se o time carioca não tivesse feito o terceiro por conta própria o arbitro certamente daria um jeitinho.
    Agora, que o time também não ajuda, isso também e inegável.

  2. arne saknussen neto

    Parabéns pelo texto JJ! Parece que finalmente você descobriu que vive no Brasil e que o Paraná é o Maranhão do Sul. A única diferença é que lá no Maranhão do Norte existe um Sraney. Aqui existem vários. Usam roupas de grife, se dizem modernos, diferentemente dos nordestinos, que são atrasados. Viva a modernidade do Maranhão do Sul! Viva o Petraglia, o Eurico Miranda do Batel Soho!

  3. Augusto Curlo

    Com tantas dificuldades de locomoção, que tal se permitir utilizar uma cadeira de rodas, meu Senhor?! Será que não viu todas os benefícios e qualidades da Nova Arena ?! O mundo não começa e termina no seu umbigo, de modo que se sua saúde não permite, por favor, não estrague a felicidade de quem pode usufruir de todas as belezas do novo caldeirão. Fique em casa e cuide da sua saúde.

  4. toledo

    Não tenho grandes simpatias pelo Poodle JJ, mas o Augusto poderia aliviar um pouco. Ele tem um sério problema de saúde e com certeza depende de muletas ou cadeira de rodas. Como diria o filósofo ao Augusto, pimenta no Curlo dos outros é capilé.

  5. leandro

    Esse cidadão Augusto Curlo, deve ser originário de um erro civil que mediante uma petição judicial poderá ser corrigido. Seus responsáveis quando nasceu erraram o seu segundo nome e o registraram assim, quando na verdade deveria AUGUSTO CURDO, pois é curto de tudo, principalmente de educação, preconceituoso e mais um puxa saco e pau mandado do Petrglia. Nada contra o Atlético, pois lamentavelmente tem um ditador no comando. O JJ tem sim o direito de protestar, como atleticano, pagante e como consumidor, como curitibano, paranaense e brasileiro que entre tantos foi também enganado com a história da copa e do padrão Fifa, fato este que representou um único momento e depois voltamos a cruel realidade e pior, do preconceito de alguns como a AUGUSTO CURLO que deveria CURTO de valores e princípios, típico e um NINGUÉM.

  6. toledo

    Leandro, o Poodle JJ é um ponta direita fanático ( não da torcida ) mas da turma dos PT-Fóbicos e também não é santo. O José Genoino tem uma doença grave ( bastante grave) e ele tambem detonava o Genoino, dizendo que ele deveria morrer na cadeia. Agora levou chumbo. Mas vamos aliviar, tem muito horário disponível para terapia e não a Petraglia que sempre dure e nem Virso que nunca acabe.

  7. Augusto Curlo

    Reafirmo tudo que disse, e mais: sou filho de cadeirante e posso ser encontrado nos jogos do furacão com meu pai na reta da Brasílio Itiberê (bem ao centro) onde há uma das melhoes visões de campo e acesso que se pode usufruir em um estádio de futebol. Lá terei o prazer de ver o jogo com o Senhor JJ, se ele se dispuser. Mas, por favor, sem coitadismo ou vitimização, pois ser cadeirante não é o fim do mundo, aprendi isso com meu pai.

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