por Juca Kfouri
Nós, brasileiros, adoramos um autoengano.
Gostamos de dizer que somos o “país do futebol”, embora jamais tenhamos sido.
Fomos, um dia, e durante cerca de 40 anos, entre mais ou menos os anos 50 e 90, o maior produtor de talentos do futebol mundial, o país do “jogo bonito”, o que, também, há décadas, deixamos de ser.
Nosso principal campeonato tem média de público na casa dos 15 mil torcedores por jogo.
O da Alemanha tem média três vezes maior.
A segunda divisão alemã tem média maior. A inglesa idem.
O futebol turco tem média superior e o dos Estados Unidos também.
Aliás, os americanos têm gostado tanto do jogo, tem progredido a tal ponto que não será surpresa se muito antes do que se imagina eles ganharem uma Copa do Mundo.
Outra coisa.
O diário “Lance!” acaba de publicar sua quinta pesquisa com o Ibope sobre o tamanho de nossas torcidas.
Mais uma vez, e pela quinta vez, o contigente dos que declaram não se interessar por futebol é maior do que a maior das torcidas, a do Flamengo: 23,4 x 16,2.
Sim, 23,4 dizem não ligar nem para a Seleção Brasileira.
Na Argentina, por exemplo, em regra, o mesmo tipo de pesquisa mostra que o primeiro contigente é o de torcedores do Boca Juniors (41,5%), o segundo de torcedores do River Plate (31,8) e só o terceiro é dos desinteressados.
Some-se a isso a reverência que os ingleses têm pelo jogo — e uma rápida visita ao Old Trafford, em Manchester, escancara o sentimento –, e, por favor, deixemos para os bonifácios patriotas esta bobagem de “país do futebol”.
Enquanto Marin beija Havelange, nosso futebol definha e a Alemanha, bem…, a Alemanha, 7 a 1!
*Publicado no blog do Juca
Data vênia caro Juca, eu não me aventuro a pagar a exorbitância de R$100,00 para ver o Coxa jogar as peladas que vem jogando. Só voltarei ao Alto da Glória com a garantia de ter o dinheiro do ingresso de volta, antes disto nem pensar, sou coxa branca , não trouxa branca.