Do blog Cabeça de Pedra
Entrou pelos fundos na Casa dos Mil Mortos. Era mais aterrorizante do que no filme de Robb Zombie. Tinha muito mais de mil defuntos, mas por fora era um cemitério cuja fotografia poderia até adornar a parede de um hall de hotel de luxo. Muros imaculadamente brancos, árvores frondosas, placas nos gramados. Entrou ali porque queria levar o metal onde estavam os nomes. Noite de breu. Algumas luzes ao longe denunciavam uma pequena cidade no sopé de um morro. No alto, ele sabia, havia um Cristo que poderia estar vendo a profanação, mas ele não via o Cristo – e isso era o que importava. Na primeira placa que tirou, dois olhos azuis o fitaram. Ele não conseguiu gritar, mas correu como se estivesse sendo perseguido pelo cão por dentro do mato. Sentiu terror. Sentiu horror. E convenceu-se de que eles são de morte.