Do jeito que veio
Espetáculo Cantando O Grande Circo Místico homenageia os 45 anos do Balé Teatro Guaíra
Show com cantores e músicos locais revive a trilha de Chico Buarque e Edu Lobo que projetou a companhia paranaense para o mundo
Um espetáculo que encantou o Brasil está de volta em uma versão inédita que homenageia os 45 anos do Balé Teatro Guaíra, completados em maio deste ano. Com direção geral e cênica de Rodrigo Fornos e direção musical e arranjos de Vicente Ribeiro, Cantando o Grande Circo Místico é uma realização da Associação de Bailarinos e Apoiadores do Balé Teatro Guaíra (ABABTG) e do Centro Cultural Teatro Guaíra (CCTG) e coloca em cena artistas curitibanos para reviver uma das trilhas mais famosas da MPB, assinada por Chico Buarque e Edu Lobo.
O espetáculo tem apresentações na sexta e no sábado, dias 25 e 26 de julho, às 21h, e no domingo, dia 27, às 19h, no Guairinha, e relembra a trajetória de sucesso de O Grande Circo Místico, montagem que projetou a companhia paranaense para o mundo, com mais de 200 mil espectadores e cerca de 200 apresentações desde sua estreia, em 1983, tornando-se uma das mais importantes da história da dança no país. Os ingressos para as apresentações já estão à venda no site www.diskingressos.com.br e na bilheteria do Teatro Guaíra (R. Conselheiro Laurindo, s/nº – Centro – Curitiba/PR).
Na homenagem, um elenco de peso foi reunido para dar voz às composições que fizeram de O Grande Circo Místico um clássico da MPB. André Drittrich, Ane Adade, Bernardo Bravo, Beth Lopes, Fernanda Sabbagh, Freddy Branco, Iria Braga, Levi Brandão, Maurício Vogue, Rodrigo Barros Del Rei, Suzie Franco e o próprio Rodrigo Fornos interpretam as canções do espetáculo, acompanhados por Alonso Figueiroa (acordeom), Fábio Cardoso (piano), Fernando Rivabem (bateria), Gabriel Schwartz (flautas e flautim), Sandro Guaraná (baixo) e Vicente Ribeiro (violão). “São artistas excelentes em um show que pretende homenagear um dos nossos maiores patrimônios culturais, que é o Balé Teatro Guaíra”, revela Fornos.
Para o diretor, a ideia é fazer uma releitura de uma obra de arte insuperável. “Não pretendemos remontar ou refazer o que Chico e Edu Lobo fizeram. Isso seria impossível”, diz. “A homenagem que queremos também não tem bailarinos, mas cantores e músicos no palco, revivendo a obra que consagrou o balé do Guaíra”, confessa o diretor.
Memória afetiva
O espetáculo que estreia na próxima sexta-feira (25) é, também, uma forma de reviver um pedaço da infância de Fornos. O seu pai foi o segundo produtor de O Grande Circo Místico e levou a montagem a diversas cidades do país entre 1984 e 1986. Por conta disso, Fornos também vinha frequentemente a Curitiba.
“Por causa do meu pai, eu tenho uma relação afetiva com o Balé Teatro Guaíra, o próprio Teatro Guaíra, e com O Grande Circo Místico mais especificamente”, conta ele que, em 2002, morando em Brasília, emocionou-se com a remontagem da obra que foi apresentada também na capital federal. “Meu pai já havia falecido há dez anos quando eu revi o espetáculo. Bastaram os primeiros acordes para me trazer à tona todas aquelas lembranças. De certa forma, aquilo me trouxe novamente a Curitiba, mas daí para viver na cidade”, revela.
Fornos não tem certeza de quantas foram as vezes que assistiu a O Grande Circo Místico. “Mas foram mais de cem vezes, com certeza. Vi de todos os ângulos. Até ajudava os cenotécnicos com o gelo seco no início do segundo ato”, conta. Para ele, trazer a obra ao palco no formato de show é reviver também a emoção daquele período. “Eu espero que o público que for ver o espetáculo de agora sinta um pouco, pelo menos, da emoção e alegria que eu e todo mundo sentíamos vinte anos atrás quando assistíamos a montagem original, uma obra simples, mas tão bonita que deixava todo mundo encantado”, diz ele que também assina a concepção cênica do show, que tem, além das músicas, figurinos e projeções que remetem à obra original.