Deu no site da rádio Banda B, em reportagem de Tiago Silva e Jadson André
Polícia Civil de Curitiba e região metropolitana decide entrar em greve
Sindicato diz que greve começa em todo o estado antes do Carnaval
Policiais Civis decidiram hoje (10), em assembleia que terminou há pouco, que entrarão em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pelos policiais de Curitiba e Região Metropolitana, mas segundo o presidente do Sindicato das Classes Policiais do Estado do Paraná (SINCLAPOL), André Gutierrez, a mesma decisão deve ser tomada pelos policiais do interior. Em Curitiba, a greve deve começar nas próximas horas. A tendência é de que a paralisação se estenda pelo Paraná antes do Carnaval, prevê o sindicato.
Os policias afirmam que o Governo do Paraná não tem negociado com a classe e que teria ameaçado demitir quem entrasse em greve. “Nós não fomos atendidos pelo governo e a categoria deciciu entrar em greve. O próximo passo é criar a comissão de greve para cuidar da parte jurídica e decidir o momento certo de iniciarmos a greve, o que pode acontecer nas próximas horas ou amanhã de manhã (11)”, disse Gutierrez.
Segundo ele, o governo estadual tem colocado a classe em uma situação deplorável. “Ele (o Governo) coloca a Polícia Civil em dupla função, faz os policiais cuidar de presos, assim a polícia não corresponde a população no que diz respeito a segurança pública, nós estamos execrados e discriminados dentro da estrutura do Estado hoje”.
Situação no interior
Ainda nesta quarta-feira, os policiais de Londrina e Cascavel irão decidir se entram em greve. Amanhã, acontece a assembleia em Maringá. “Estamos aguardando estas decisões. Mesmo que a capital não optasse pela greve, o interior isoladamente decidiria, eles estão completamente abandonados pelo Governo do Paraná no quesito verba e principalmente no efetivo”, afirmou Gutierrez. Cinco comandos de greve serão criados, na capital, em Maringá, Londrina, Cascavel e outro no centro do Estado. Cada um terá dez policiais voluntários.
Efetivo e ameaça de demissão
Para Gutierrez, o efetivo é o principal problema. “Temos casos de policiais trabalhando numa escala de 24h por 24h, o que reduz o profissional a uma situação análoga a escravidão”. Quando questionado se todos os polciais civis do Paraná entrariam em greve e se alguém ficaria nas delegacias para fazer atendimento, Gutierrez alfinetou o governo. “O governador disse que demitiria os grevistas. Então nós temos 3 mil policiais dispostos a receber esta demissão. Sabemos que ele não tem poder para isso. A greve é constitucional e teremos esse direito preservado”.
Os grevistas afirmam que só irão voltar a negociar com o governo quando forem cumpridas as promeças feitas a classe e apresentarem a tabela de reajustes prometida para janeiro, segundo eles, pela secretária de administração Maria Marta Lunardom.