Recado de Mané Galo, da Ilha do Chapéu:
Zé, o presidente Lula foi visitar uma favela no Rio de Janeiro e como gosta de fazer em todo lugar que vai, lascou mais um discurso daqueles pra cima do povo. Disse algumas coisas estranhas. “Quando é o rico que mora no morro, é chique. Quando é o pobre é favela.” Olha seu Zé Beto, a gente mora longe, aqui na Ilha do Chapéu, mas não é burro, não. Rico mora em morro por opção. Edifica uma bela casa com todo o conforto. Se o rico prescisa de uma rua pra chegar em casa, o prefeito manda fazer, o governador também e o ministro idem. É rico, né. O pobre mora no morro por falta de opção. Invade um canto, monta um casebre e vai ficando por ali esperando que o governo faça alguma coisa por ele. Raramente faz. Quando faz é pra mandar a polícia promover um tiroteio com marginais e acabam matando gente inocente. Pobre vive no morro de forma miserável porque os governantes só lembram dele na hora da eleição. O discurso fez menção a melhores dias para os moradores de favela. Presidente que está no segundo mandadto não faz promessa – paga promessa de campanha. Quem faz promessa é candidato. É ou não é, Zé?
Ô Mané Galo:
“Quem faz promessa é candidato”.
Então? Que cê tá estranhando? O ôme é candidato, oras. Terceira divisão da res pública. Sabia não?
Esse negócio de que quem mora lá no alto do morro, mora pertinho do céu, fica bonito só prá rimar na lindíssima Barracão de Zinco, inda mais na voz da Ângela Maria.