de Ticiana Vasconcelos Silva
Nos descaminhos
Eu me encaminho
Rumo ao poente
Que, de tão ausente,
Na minha história
Faz-me lembrar
Que a glória
É permanente
E o que se sente
É o vazio
À espera
De um brio
Que me faça desistir
Para sempre
De ser um rio
Que passa
E não se preenche
De destinos
Apenas faz
Tudo ser inimigo
Da minha vontade
De me dissolver
E me envolver
Com a verdade
Mais tarde, eu vi
Que tudo em mim
Foi o que senti
Na esperança
De ser lembrança
Mas a dança
É mesmo uma criança
Que se dispersa e ri
E faz a infância
Ser a ciranda
Do porvir
E assim eu li:
Faça sol ou
Faça chuva
A vida é sua
do sumo,
do humus,
extrai
o teu canto;
do nada,
faz verde
o teu desencanto.
sorri