DIÁRIO DA GRIPEZINHA
Meninos, eu vi. Tiozinho completamente fora de si, no caso, fora dele – o que não contempla que estivesse dentro de alguém, que isso aqui é um blog sério – brandia os braços e sacolejava as asas, o rabinho nem vou dizer o que ele fazia com o rabinho. Pois o rabinho, que sempre mantinha entre as pernas, como um cachorro acoelhado, erguia-se qual bandeira agitada parecendo um estranho festival. A voz de taquara rachada vibrava no ar frio da manhã. Uma borboleta passou, borboleteando. Depois, um gafanhoto fora de época, que a manada era para ter vindo toda junta, e só esse espécime me aparece. A voz de taquara…ah! isso já falei. Completamente alucinado, falava na língua do C, tipo voc-cesc sac-bemc oc quec éc umc cac-rac-colc? e para confundir mais, passava para a língua do p, pap-rap-bemp prap vop-cesp enp-tãop. O povo ali, mocho. Sem emoção. Zumbilado. Até que Dona Humildes, acho que foi Dona Humildes, levantou o dedinho e perguntou: “Pops-sop fap-larp?” Mas o tiozinho já estava na língua do m, rem-com-lham-sem am sum-am-inm-sim-gm-nim-fim-cam-cim-am, que o tradutor de línguas bascas traduziu para “hoje vai ter churrasco pra todo mundo que puder pagar pelo churrasco”. Era assim. Dia sim e dia não e o outro também.
Filme: UM CORPO QUE CAI (Alfred Hitchcock dirige James Stewart e Kim Novak neste filme de 1958) Cuidado com a rampa. Todo mundo avisava. A rampa engana, cuidado com a rampa. Mas, tiozinho, vocês sabem como o tiozinho é. Subiu na rampa, não soube se equilibrar e desceu rampa abaixo mais rápido do que tinha subido.