DIÁRIO DA PANDEMIA
Nunca é tarde para se abraçar a fama. Tive a pachorra de reunir num desses chips que vem dentro das vacinas todas as músicas que se cantou durante a Primeira Festa do Pequi Roído. Como ninguém tinha assinado as músicas, catei-as eu para mim, apropriando-me desse material antes que se perdesse sem que o mundo tomasse conhecimento. Foi, portanto, um ato patriótico, tão ao sabor do Brasil de hoje. Gostei mais da marchinha que diz assim: “Pequi roído, porque estás tão triste? Quem foi o cara que te mordeu? Foi minha masca que prendi errado no meio do rabo e depois cedeu.” Muito criativo, o brasileiro inventou de enriquecer a letra: “Ó boiadeiro, por que estás tão triste? Mazô que foi que taconteceu? Foi a boiada que pegou Covid, dei croroquinha e depois morreu”. Enfim, tudo correu nos conformes na nossa trepanação. Trepanação não, que diabo, na nossa aglomeração. Só senti falta do garoto do capitão, que andam juntos que nem cue-cueca. É que a autoridade, certamente buscando holofotes, foi lá em cima e pegou a roupinha íntima do Robin. E daí que o piá não pode comparecer à festa. Mas rogou praga. Não demorou para as vestes do capitão mostrarem as verdades, para gáudio dos foliões e desgáudio do garoto que, da janela, assistia a cenas nunca dantes no quartel do Abranches.
Filme: O VELHO QUE LIA ROMANCES DE AMOR (com Richard Dreyfuss – vencedor do Oscar -, Timothy Apall e Hugo Weaving). Tinha um velhinho, muito simpático, que lia romances famosos (perdão para uma interrupção. O Facebook está fazendo uma pesquisa e pergunta se eu concordo que veterinários são essenciais. Penso responder em outra ocasião porque agora estamos aqui confinados a falar sobre o sujeito que lia romances de amor para recrutas, na hora do banho).