de Carlos Castelo
Adorava aquele “l’œuf à la coque” nas tardes, especialmente porque era no porta-ovos antiguinho da avó. Dia desses fui preparar um e quebrei o objeto de porcelana. Nas coisas estamos nós, atrelados feito bois à canga. Foi de doer ver os caquinhos espalhados pelo chão. Passaram-se semanas e vi a filha, colherzinha à mão, tomando o seu ovo quente no mesmo utensílio ancestral. Era um par, me explicou ela. Sorri por dentro e conclui: com avó, o filho da mãe tem sempre uma segunda chance. Até quando a ascendente já ascendeu.
Com vó é vô tudo é possível!