Recebemos a seguinte mensagem de Camilo Turmina, presidente da Associação Comercial do Paraná, a respeito da nota “Outros mundos” publicada ontem neste blog:
Com relação à nota “Outros mundos”, publicada em 04 de julho, gostaria de colocar que a Associação Comercial do Paraná tem sido, realmente, crítica do sistema de transporte público de Curitiba e da região metropolitana por conta da lotação dos ônibus, fato seguidamente denunciado pelos veículos de comunicação.
Nosso posicionamento se dá porque o transporte coletivo sem a observação dos parâmetros mínimos de distanciamento representa grande fator de disseminação do coronavírus. Defendemos em várias oportunidades que o poder público adotasse normas visando a limitação do número de passageiros para permitir maior distanciamento entre usuários e, assim, reduzir os riscos de contágio. Já em 15 de abril enviamos correspondência ao Ministério Público solicitando apoio para restrição no número de passageiros. Voltamos ao tema com o MP no último dia 03/07, em nova correspondência reforçando que os ônibus devem circular só com passageiros sentados. Em reunião com o governador, sugerimos que, em vez de fechar o comércio, proibisse temporariamente a circulação dos ônibus, que é onde está o maior problema.
Os comerciantes seguem rigorosamente as normas sanitárias de distanciamento e higiene recomendadas pelas autoridades. Não há registro de aglomerações no comércio, desde pequenos negócios até grandes redes varejistas. Pesquisas junto a nossos associados indicam que, em média, o movimento hoje é de apenas 1 terço do período pré pandemia.
Portanto, não é justo apontar o comércio quando se busca causas para o crescimento de casos de Covid-19 em nossa cidade. Espontaneamente fechamos nossas empresas em 20 de março e não se pode relacionar o recente aumento de casos à reabertura do comércio, pois isso se deu em 17 de abril e só na segunda quinzena de junho (dois meses após) as autoridades decidiram rever a flexibilização por causa dos números mais preocupantes do novo coronavírus. Caso o agravamento da pandemia se devesse à reabertura das lojas, o sistema de saúde sentiria o impacto após duas a três semanas, levando-se em conta o período de incubação entre a infecção e o início dos sintomas.
Tomamos a iniciativa de adotar o horário alternativo de 10h às 16h, orientamos associados a escalonarem horários dos funcionários das diferentes áreas de suas empresas, estimulamos a troca do vale transporte por dinheiro para que as pessoas possam usar veículos próprios, organizar caronas em grupos, utilizar apps de transporte, entre outras medidas. A ACP tem exercido com responsabilidade seu papel de defender o setor produtivo, procurando conciliar os cuidados com a saúde e a manutenção das atividades comerciais para que milhares de negócios e empregos não sejam perdidos.