Trecho de reportagem de Duda Teixeira, na revista digital Crusoé:
Em todos esses países, a pandemia de Covid-19 caminha para ter um ‘fim social’ antes de ter um ‘fim médico’. Sem que se encontre uma vacina, um remédio ou que o número de mortes caia naturalmente – fatores que poderiam levar à decretação do fim da epidemia do ponto de vista médico -, os países que já atravessaram o pico da doença vão aos poucos retornando à normalidade, mesmo que relativa. Como o vírus não dá nenhum sinal de que irá desaparecer, a alternativa é virar a página estabelecendo o ‘fim social’ da epidemia. Para dar esse passo, porém, é preciso em primeiro lugar vencer a fase aguda da propagação. Ou seja, uma queda expressiva no número de novas infecções e de mortes por Covid-19. Nos países em que as estatísticas mostram que a situação parece fora de controle, como o Brasil, a virada parece distante.
As lições dos outros países tendem a ser bastante úteis para quem, como nós, está no meio do caminho. Uma delas é crucial: será preciso aprender a lidar com a ameaça do vírus por muito tempo. As pessoas terão de se adaptar a um ‘novo normal’. Assim como nossos antepassados aprenderam no século 19 que lavar as mãos ajudava a evitar doenças, talvez o uso de máscaras passe a ser uma prática necessária para algumas circunstâncias. ‘A máscara se tornará uma peça do nosso vestuário e poderemos ter até marcas de roupas produzindo seus modelos’, diz o infectologista José David Urbaez, da Sociedade Brasileira de Infectologia. ‘Nossos netos provavelmente vão se surpreender quando descobrirem que nós cumprimentávamos os outros com apertos de mão’…“